Maria Cecília tinha apenas quinze anos. E, o seu namoro de principiante evoluiu e culminou numa gravidez. Estava apavorada. Sem pai e sem mãe, criada pelos avós, não podia se dar ao luxo de simplesmente ter o filho, ou tentar viver com seu namorado que tinha apenas dezesseis anos. Eram dois adoslescentes submersos num oceano de hormônios e provocações sexuais explícitas e contemporâneas. Então, procurou Renata, sua prima mais velha, e mais descolada... que já tinha feito um aborto anos atrás. Foi até o trabalho de Renata, que era uma boutique na zona sul da cidade. Ao atravessar toda cidade, foi sopesando as diferenças estéticas e sociais. Entrou, foi direto na prima, e perguntou aflita: - A que horas você sai do trabalho? Renata estranhou tanta urgência, e foi logo atalhando. Não sei... as vezes sou forçada a fazer horas extras. Curiosa, Renata, questionou: - Por que? Maria com semblante pálido e aflito falou sussurante... me dá o endereço daquele aborteiro que você foi há dois anos atrás... Renata frisou a testa e, retrucou: - xii, o cara oi preso e, não conheço outro. Você embuchou? . Maria Cecília, olho- a resoluta, e disse: - então deixa pra lá... Ao virar as costas em direção à rua. Sentiu uma dor lascinante... eram cólicas mestruais... Nunca foram tão bem-vindas... Teve que correr até a farmácia para comprar absorventes. Pela primeira vez da vida, feliz da vida. Naquele momento, abortou todas as ideias, e ficou a contemplar o mar de Copacabana. Parecia uma retirante que nunca viu o mar...