"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

Textos


Tendo chegado à porta, lhe perguntaram: -Qual é a senha? Ele coçou a cabeça desconsertado. Ele não sabia. E, o pior é que havia uma senha para cada gênero humano. Desculpou-se e, voltou a rua. Aliás, que estava ruidosa como sempre. Passou pelo poste e leu em cartaz com letras garrafais: Homem é felicidade e mulher é dedicação. Então, subitamente atinou, essas são as senhas! Novamente se aproximou da porta e o mesmo porteiro lhe recebeu. Inflou imponente o peitoral e disse: felicidade. O porteiro sorriu discretamente pela portinhola e, em seguida, abriu a porta. E, ainda lhe disse: -Finalmente o senhor se lembrou. Era um salão reluzente, repleto de luzinhas multicoloridas lhe aguardavam piscando ininterruptamente... Era, em verdade, um cassino clandestino. Os garçons passeavam empunhando vistos pratos e as mais variadas bebidas e coquetéis. Procurava o amigo que era croupier(crupiê) chamado Ambrósio. Perguntou, assuntou e, assim, parou na moça que vendia cigarros e charutos e conseguiu finalmente alguma informação:- Hoje o Ambrósio está de folta. Volte amanhã. Não quer tentar a sorte? Então acenou negativamente com a cabeça. Saiu visivelmente entristecido. Necessitava muito falar com o amigo pois a idosa mãe dele se acidentara em casa e, por fim, fraturara o fêmur, e se encontrava internada no Hospital Getúlio Vargas. A Dona Ambrosina muito lhe pedira para tentar buscar o filho. E, confidenciou-lhe o endereço de seu trabalho, só se esquecera de informar a senha para entrar no local. Bem, ponderou, e decidira que era melhor deixar um recado. Dalou com porteiro e pediu que avisasse ao Ambrósio para ir ao Getúlio Vargas ver a mãe internada. Ele não tinha nem o número do celular do Ambrósio, nem seu atual endereço. Eram amigos de infância, moleques que cresceram juntos, frequentaram a mesma escola e, finalmente, tornaram-se homens. Assim que adentrou a enfermaria, Dona Ambrosina apesar de ainda sedada, balbuciou uma pergunta dolorida: - Cadê ele? Calma, respondeu o amigo. Deixei o recado no trabalho de seu filho, pois hoje, infelizmente ele está hoje de folga. Ambrosina ficou triste. E, sacudiu a cabeça desconsolada, pois não poderia prever o indecifrável. 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 04/01/2021
Alterado em 04/01/2021
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