Escrever para mim sempre foi catártico. Tem vezes que escrever é uma necessidade tão pungente que corro para a caneta ou lápis como se fosse uma única tábua de salvação. Há abismos imaginários profundos. Há silêncios enigmáticos repletos de esfinges que se a gente não decifra, é devorado pelo tempo ou pela insanidade. Certa vez, escrevi sobre um tema polêmico e muito debatido na academia. E, expressava opiniões pouco ortodoxas, e porque não reconhecer, exóticas. Sinceramente, o texto era uma entrada num vespeiro onde só havia uma nuvem de peçonhentos insetos... Fiquei com o escrito manuscrito por horas a fio, a titubear se deveria ou não digitar... Sabia, que haveria um preço a pagar. Aliás, paga-se literalmente por tudo. Por existir, por sentir, por criticar, por refletir e, principalmente, por expressar com honestidade o que se sente, percebe ou simplesmente pelo o que se é... Dentro dos tratos sociais devemos ser cautelosos... e escolher adequadamente quais lutas valem a pena participar. No final, pensei eu atarantada: - vai assim mesmo! Tomara que eu não me arrependa. Afinal, arrepender-se também faz parte da saga idílica de viver.