Em preto e branco
Fim da manhã de agora.
Nublada e sob a promessa de lágrimas
Aves piam tristes pela ausência de sol
O gavião caça impiedosamente.
Pegou uma pomba velha e fraca.
A presa não tem direito a envelhecer.
Morrer é próprio da presa.
Assim como viver é próprio do humano.
A morte é inumana
Nos deixa sem corpo e sem alma
Ou talvez só nos deixa a alma
para o vento levar
Meus furacões mentais se enfurecem.
Ao encontrar a ironia do caminho.
A rir com o cantinho da boca.
Dentes cerrados e a ponta da língua
Afiada feito agulha.
Sádica.
Deleita-se com a dor da ignorância
Com o silêncio fonético do outono.
Seu olhar pérfuro-contundente
Rasga a paisagem lá fora.
Mas não aflora de dentro de você
Uma só confissão sequer.
Fim da manhã
Sob nuvens de chumbo
A saudade é roxa e azul.
Todas as cores do mundo
Foi embora
Quando você se foi.
Agora tudo é assim:
Bicolor: branco e preto.
Ou simplesmente:
em preto e branco.
Em preto e branco
Fim da manhã de agora.
Nublada e sob a promessa de lágrimas
Aves piam tristes pela ausência de sol
O gavião caça impiedosamente.
Pegou uma pomba velha e fraca.
A presa não tem direito a envelhecer.
Morrer é próprio da presa.
Assim como viver é próprio do humano.
A morte é inumana
Nos deixa sem corpo e sem alma
Ou talvez só nos deixa a alma
para o vento levar
Meus furacões mentais se enfurecem.
Ao encontrar a ironia do caminho.
A rir com o cantinho da boca.
Dentes cerrados e a ponta da língua
Afiada feito agulha.
Sádica.
Deleita-se com a dor da ignorância
Com o silêncio fonético do outono.
Seu olhar pérfuro-contundente
Rasga a paisagem lá fora.
Mas não aflora de dentro de você
Uma só confissão sequer.
Fim da manhã
Sob nuvens de chumbo
A saudade é roxa e azul.
Todas as cores do mundo
Foi embora
Quando você se foi.
Agora tudo é assim:
Bicolor: branco e preto.
Ou simplesmente:
em preto e branco.