Chove lá fora
Fina e lentamente
O tempo parece chorar
Molhava delicadamente
Eu chorava em silêncio
As lágrimas solitárias
escorriam pelo rosto
e aportavam nos lábios.
Tinha agora palavras molhadas
de tristeza e melancolia
Gostava da chuva
Redinha, reta e indefectível
Quieta e essencial.
Tangente e tangível
A tristeza da chuva
contaminava de alegria a flor
e relva
Apagava incêndios intestinos
E, o branco da fumaça
assinalava, afinal, a paz.
Até que chegou a manhã
luminosa e leve
Primeiro, os raios singelos
Depois, o brilho do sol
E o espalhar das nuvens
e orvalhos...
A gotejar a essência
da vida...
Sorri, pois, não mais chovia
A tristeza passou,
a chuva cessou
e, deixou-me a lição
da aprendizagem e
tanta poesia.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 13/09/2020
Alterado em 14/09/2020