Tanto Machado de Assis como Dostoiévski são considerados tradicionalmente como escritores realistas. Grande parte de suas obras narram a segunda metade do século XIX e dialogam com questões que buscavam antes de tudo o ideal. Enfim, a realidade era a construção de universo romântico e não aquela em que se vê os fatos exteriores, mas sim, a realidade íntima vinvenciada pela consciência e almas das personagens. Em "O alienista", Machado de Assis mergulha nos grandes temas sobre a condição humana enquanto que o russo encarou a psiquê humana e as limitações que lhe são continuamente impostas. O grande universo dialógico traz uma comunicação interativa com a interação entre as consciências independentes e imiscíveis que povoam o romance. Na obra "O eterno marido" de Dostoiévski a dúvida e suspense também se mantêm durante todo o romance estruturado na relação dialógica entre as duas personagens principais: o marido e o amante. O romance é curto, contido em 17 capítulos e enfoca a relação ente o marido e o amante, que se reencontram, após noves anos de afastamento. A partir desse reencontro, alfloram as dúvidas sobre todo o romance. Num oceano de incertezas entre amores, ódios e ressentimentos, as personagens nos espelham como Narciso e nos fazem analisar profundamente a existência humana.