A rua estava repleta de pedras solitárias
Murmúrios do passado uivavam pelos ventos
A chuva com seu chicote sutil
Molhava e açoitava a consciência.
Preciso ir.
A hora, o relógio e a pressa se irmanam
E numa ciranda decadente
Faz-me correr e bufar.
A máscara cobria minha boca e nariz.
Encobria minhas palavras
e limitava o oxigênio.
Ideias desidratadas saiam de mim e
saltavam ávidas por água
ou algum chafariz.
Chego ao portão.
E barulho da chuva
parece uma canção de ninar...
Logo vejo o brilho mágico
da luz sobre o chão molhado.
Uma trilha de prata.
Com o silêncio de ouro
E, olhos de esmeralda
prestes a ver a esperança
que quase ninguém viu.
As pedras solitárias úmidas,
regozijavam-se
Os murmúrios fonetizam
mensagens encorajadoras
Que faziam eu atravessar o mau tempo
E, as nuvens tão carregadas de água
que parecia benta...
A abençoar toda natureza perdida,
o verso furtivo e
o simples olhar poético.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 19/08/2020