Originalmente, escrita no idioma francês era: “Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé" que fora extraída do clássico da literatura mundial Le Petit Prince (em português: "O Pequeno Príncipe" de autoria de Antoine Saint-Exupery.
O interessante é que a reflexão tanto serve para o bem, como para o mal, pois se voê gera bons sentimentos, fico encarregado por aquilo que emana. Mas, se gera maus sentimentos, também deve ser culpabilizado por isso.
O autor coloca em xeque a noção puramente individualista e fomenta a reciprocidade e a consciência coletiva onde somos responsáveis uns pelos outros. Apesar da tradução brasileira ter escolhido transformar o verbo francês "apprivoisé" em "cativar", na realidade a tradução mais literal seria "domar" ou "domesticar".
E numa licença poética, o primeiro tradutor que era um monge beneditino, Dom Marcos Barbosa transformou domar em cativar. O interessante que quem explica o que é cativar, é justamente uma raposa. A raposa responde que cativar significa criar laços, passar a ter necessidade do outro, e exemplifica: "Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim".
"Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..." Já na hora da despedida, outra lição dá a raposa ao jovem menino, por quem já havia se afeiçoado.
O que exige novamente atenção e reflexão: "O essencial é invisível aos olhos". Nesse momento de reclusão, milhões detalhes da convivência humana nos alerta o quão é importante a noção de responsabilidade coletiva e, principalmente de ser responsável por afetos e desafetos.
P.S. Após 1 de janeiro 2015, quando o livro entrou em domínio público, outras editoras apostaram em novas traduções. Ivone C.Benedetti assinou a tradução para a L&PM: