O dia 5 de maio é o Dia Mundial da Língua Portuguêsa e foi escolhida na quadragésima Conferência Geral da UNESCO para celebrar a língua e a cultura de países que tem o português como a língua oficial.
Mais do que nunca precisamos lembrar que o cinema, o teatro, a novela, a música e a literatura que são os responsáveis pela preservação do idioma, principalmente fazendo que esta ultrapasse as fronteiras geográficas e linguísticas e chegue ao mundo todo.
Nesse dia tão especial tenho apreço afetuoso ao um poema (que foi musicado) por Caetano Veloso chamado "Língua". Onde jaz uma estrofe impactante: "A língua é minha Pátria eu não tenho Pátria: tenho mátria.
Eu quero frátria".
Conveniente lembrar que a língua portuguesa é o idioma de nove dos Estados-Membros da UNESCO, sendo a língua oficial de três organizações continentais e da Conferência Geral da UNESCO, sendo falado por mais de 265 milhões, além de ser a língua mais falada no Hemisfério Sul.
Foi a mistura do latim víncular com as línguas de regiões dominados pelos romanos que deu origem a vários dialetos, chamados inicialmente de romanço, e que acarretaram o surgimento de línguas neolatinas tais como italiano, francês, espanhol, português, entre outras.
Cada país livre deve comemorar esse dia, principalmente com eventos culturais, mas como estamos em época de pandemia, e sujeitos ao isolamento social.
Podemos sim, homenagear a língua e ler um poema predileto. Leia ou grave para amigos e familiares. Posso ousar fazer sugestões tais como:
Meus Oito Anos de Casimiro de Abreu (vide link: https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/texto/meus-oito-anos/index.html); Navio Negreiro de Castro Alves; A Máquina do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade; Canção do exílio, de Gonçalves Dias; O Cão Sem Plumas, de João Cabral de Melo Neto; Vou-me Embora pra Pasárgada
de Manuel Bandeira; Motivo de Cecília Meirelles; O sonho de Clarice Lispector;Com licença poética, de Adélia Prado; Mulher da Vida, Cora Coralina; Os deslindes da palavra, de Manuel de Barros; Os Poemas de Mário Quintana; Aqui morava um Rei de Ariano Suassuna; é uma lista sem fim...
Ainda bem que temos muita gente talentosa na poesia, na música, no cinema, no teatro, nas novelas. O país possui uma riqueza cultural ímpar. Não obstante existirem aqueles que desejam coibir, censurar e nos fazer calar.
Não calarão. Não calaram antes. E, não nos calaremos agora. A voz da resistência ainda que não ouvida, ecoa sonora e firme na consciência daqueles que amam verdadeiramente esse país. Não como estratégia de marketing, mas com a sinceridade de afeto e de coração.
Como já dizia Olavo Bilac, somos a última flor do Lácio, inculta e bela.Somos a última língua neolatina derivada do latim vulgar e temos o paradoxo de ser esplendor e sepultura.
Quando o português enquanto língua se expandiu e ultrapassou fronteiras, o latim se transformou em língua morta, mas que está vívida e ínsita em nós. Tal como o corpo que requer da alma, sua essência. Cultuar nossa língua significa prestigiar nossa identidade nacional.
Vamos construir nossa Frátria!