"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

Textos


 O presente texto narra a história dos Titãs e Cronos e Zeus. E, ainda os deuses olímpicos. O principal enfoque é além de literário também filosófico e psicanalítico em face da grande identidade que é possível existir entre os deuses e mortais.
Palavras-Chave: Mitologia. Filosofia. Psicologia. Psicanálise. Significados.
 
 
O meu interesse pela mitologia greco-romana justifica-se porque todos os deuses, tanto quanto os heróis, podem ser vistos como parte de nós mesmos. Mesmo sendo divindades, possuem ações, temperamentos e comportamentos bem humanos e simples, causando sincera identificação.
 
Talvez seja este o ideal exemplo de que a perfeição não existe, nem mesmo os seres supremos como deuses.
 
O mito traz uma narrativa simbólica acerca de deuses que eram criaturas fantásticas e também sobre heróis que tanto representam as forças da natureza e sua interação nos aspectos da vida humana.
 
Os povos primitivos elaboraram os mitos para passar, inicialmente, verbalmente de geração a geração, aspectos que justificassem ou não o comportamento e a cultura, retratam incesto, sabedoria, vaidade, arrogância, amor, ódio, união entre tantos aspectos da vida humana.
 
Bem antes da elaboração científica e racional da filosofia e da ciência, tais informações e ensinamentos se davam através da narrativa de mitos.
 
O conjunto dos mitos de um determinado povo é denominado mitologia. Assim, pode-se falar em mitologia grega, romana, nórdica, egípcia, celta, africana, etc.
 
Freud[1] utilizou-se da mitologia grega em alguns de seus conceitos (como o complexo de Édipo), mas foi Jung[2] quem deu maior atenção à mitologia na base da psicanálise.
 
No Brasil, os ensinamentos de Jung foram divulgados, principalmente, por Nise da Silveira, sua aluna, pessoa importante na reforma psiquiátrica brasileira.
 
Por essa razão, passarei a contar sobre os Titãs, Zeus, os deuses olímpicos e tantas outras histórias que ilustram bem a saga humana em busca da sobrevivência e de alguma eternidade.
 
São deuses mui antigos e que reinavam sobre o Universo bem antes de Zeus (Júpiter) tomar o poder. Gaia, a deusa da Terra que teve inúmeros filhos com Urano, entre os quais os Titãs. Seis eram divindades masculinas, a saber: Oceano[3], Caio, Orio, Hipérion, Jápeto e Crono. Já os outros seis eram divindades femininos, a saber: Téia,  Réia, Têmis, Mnemósine, Febe e Tétis[4]. Todos os titãs e titânide[5] possuem tamanho gigantesco e representavam as diferentes forças da natureza.
 
Urano temendo que algum filho seu, concebido por Gaia, tomassem o poder, obrigava-a a guarda-los dentro dela, ou seja, no centro da Terra.
 
Porém, Crono ou Cronos (Saturno) era o mais jovem dos Titãs e também o mais ambicioso conseguiu se libertar e também libertar seus irmãos e irmãs, contando com a ajuda da própria Gaia.


Cronos mutilou o pai com uma foice de sílex[6], e tornou-se o senhor do mundo. Com a sua irmã Réia, gerou os seus primeiros filhos olímpicos, entre os quais Zeus, que depois, por sua vez destronou o pai.
 
Os outros Titãs que partilhavam o poder com Crono, uniram-se e tiveram grande prole. Assim se uniram, Oceano e Tétis (divindades marinhas) que tiveram por filhos três mil rios e as três mil ninfas das fontes chamadas Oceânides e Métis, deusa da sabedoria, que foi a primeira esposa[7] de Zeus. Hipérion, deus das alturas do céu e Téia, a Divina, geraram Hélio (Sol), Selene (Lua) e Eo (Aurora).
 
O Titã Jápeto casou-se com uma ninfa e, dessa união, nasceram Prometeu, Epimeteu e Atlas.
 
Quando Zeus tomou o poder de seu pai, Crono, e quis reinar com seus irmãos e irmãs, os olímpicos, entrou numa violenta luta contra os Titãs, que tomaram o partido do irmão contra o filho dele.
 
A batalha entre os olímpicos e os Titãs durou dez anos e, acabou sendo vencida por Zeus, que contou com a ajuda dos outros filhos de Urano e Gaia, ciclopes[8] e hecatonquiros[9].
 
Os ciclopes são gigantes de um olho só que produzem o trovão para Zeus. E, o mais conhecido destes é Polifemo, cuja história com Ulisses é narrada por Homero na Odisseia. Monstro pastor, filho de Poseidon, ele come os companheiros de Ulisses, o qual para se defender, o cega furando seu olho com um poste pontiagudo. Ulisses pode assim fugir com os companheiros que restaram, usando, além do mais, um equívoco da linguagem: diz chamar-se Personne (Ninguém).
 
Ninguém (Personne) então matou Polifemo, afirma ele aos outros Ciclopes que vieram socorrer o monstro. Freud comentando o episódio, o olhar ao qual Ulisses escapou ao furar o olho de Polifemo[10] retornará acometendo-o de vergonha logo após a destruição de seu barco, quando ele aparece nu e coberto de lama diante de Nausícana e suas companheiras. O olhar de Polifemo retorna com olha de a mulher constrangendo o homem Ulisses.
 
No entanto, o Titã Oceano e as Titânides recusaram-se a entrar em conflito. E, alguns filhos dos Titãs como Hélio e Prometeu tomaram partido a favor de Zeus.
 
Aliás, o novo senhor dos deuses reservou em lugar no mundo divino aos que ajudaram. Ao passo que os outros foram julgados no fundo do mundo subterrâneo, onde ficaram trancados para sempre atrás de pesadas portas de bronze guardadas por três hecantoquiros[11].
 
Zeus, filho de Cronos, lutou contra seu pai com a ajuda de sua mãe e assumiu o reinado dos deuses. Nessa guerra contra Cronos e os outros titãs, Zeus libertou os hecatônquiros para ajudá-lo na luta. Por possuírem tantos braços, estes seres eram hábeis no arremesso de pedras, atirando tantas pedras que os Titãs acabaram achando certa vez, que a montanha por onde passavam estava desabando.
 
Atlas foi submetido a regime especial: sua punição[12] consistiu em carregar nos ombros a abóboda celeste, para todo o sempre. Era filho do titã Jápeto com a Oceânide Ásia. Atlas tinha três irmãos (todos titãs): Prometeu, Epimeteu e Menoécio.
 
Atlas teve como esposa uma Oceânide chamada Pleione. Com esta teve sete filhas, chamadas de plêiades: Electra, Alcyone, Taigete, Maia, Celeno, Asterope e Mérope.
 
A ascendência e a família de Atlas aparecem em importante obra (Teogonia), que retrata mitos da Grécia Antiga, do poeta grego Hesíodo.
 
Curiosamente, Zeus não guardou rancor as Titânides pois se mantiveram alheias ao conflito. Aliás, Zeus até seduziu uma delas, Têmis, deusa da Justiça, tomando-a como sua segunda esposa[13].
 
Mesmo depois de repudiada, Têmis permaneceu no Olimpo como conselheira dos deuses. Com Mnemósine, a deusa da memória. Zeus gerou nove musas[14].
 
Apesar de terem sido vencidos e afastados do poder divino, os Titãs tinham muito prestígio junto aos gregos. Eram venerados por sua coragem e engenho, como se veneram os ancestrais desaparecidos cuja memória permanece e viva e atenta.
 
Crono ou Cronos era filho de Urano (Céu) e de Gaia (Terra) pertencia à raça dos Titãs, da primeira geração divina, anterior a Zeus e aos deuses olímpicos.
 
Cronos foi o único titãs a ajudar sua mãe a vingar-se do pai,  cortando-lhe os testículos e, em seguida, destronou-o e tornou a confinar no Tártaro seus irmãos germanos, os gigantes. Hecantônqueires aprisionados anteriormente por Urano e libertados por Cronos à pedido de Gaia[15].
 
Já na condição do rei dos deuses e senhor dos mundos, Cronos casou-se com Réia, sua irmã[16].
 
Observado no latim como incestus, construído sobre: o prefixo in-, que indica um –não- de negação, com raiz no indo-europeu *ne-, por não explicitamente, e castus, que remete a castos e a ideia de pureza.
 
Portanto, em seu sentido primitivo incesto é o vínculo íntimo impuro, com forte interpretação no que diz respeito de práticas sexuais entre pessoas com certo grau de consanguinidade.
 
Nas histórias da mitologia grega existem inúmeros episódios de relações impuras[17]. O rei Édipo[18] matou sem saber quem era seu pai e, acabou casando-se com sua mãe. Adonis nasceu após o relacionamento amoroso entre o rei Tias e sua filha Mirra.
 
O deus Zeus, conhecido por suas inúmeras amantes, manteve um romance com Demetra, sua irmã mais velha. Estas e muitas outras relações incestuosas da literatura foram consideradas uma aberração.
 
Curiosamente, quando estava na terra, Zeus nunca se mostrava em sua forma divina. Somente uma vez desobedeceu a essa regra.
 
Tinha seduzido Sêmele, filha de Cadmo[19], rei de Tebas. A jovem mulher só se encontrava com ele à noite, portanto não conhecia a fisionomia do amante.  Ela sabia que Zeus era um deus porque ele lhe sussurrara isso mais de uma vez. Hera (Juno), morrendo de ciúme ao ver o divino esposo apaixonado por uma mortal novamente, armou uma cilada para a rival.
 
Foi ter com Sêmele, sob a aparência de uma velhinha: "Minha filha, peça-lhe como prova de amor que ele se mostre tal como é nos céus ao lado da esposa. Assim, você terá certeza de não ter sido enganada por um impostor."
 
Essas palavras fizeram a dúvida surgir no coração da jovem. Ela quis ver o amante e pediu que ele lhe fizesse um favor, mas não disse qual era.
 
O deus aquiesceu, e quando soube do que se tratava, era tarde demais: dera sua palavra. Tentou. então. desencorajar a moça. Em vão. Quanto mais procurava dissuadi-la, mais ela insistia.
 
Obrigado a cumprir o que prometera, ele se revelou em toda a sua potência, resplandecendo em relâmpagos. Ora, nem os olhos nem o corpo de uma mortal eram capazes de suportar o brilho daquela luz tão viva, e a infeliz nem teve tempo de entender isso: pereceu imediatamente, fulminada.
 
Acontece que Sémele já estava no sexto mês de gravidez, e Zeus se apressou a salvar o filho que ela trazia no ventre. Para dar continuidade à gestação, o deus abriu, na própria coxa, uma bolsa e nela colocou a criança.
 
Depois, fechou-a com grampos de ouro. Quando o tempo fixado pelo destino chegou a seu termo, Zeus deu à luz Dionísio[20]. Embora nascido de uma mãe mortal, o menino, por causa do pai, era imortal.
 
Em sua onisciência Cronos intuía que seria destronado por um de seus filhos e, numa tentativa de evitar que isso acontecesse devorou seguidamente logo após os nascimentos Deméter (Ceres), Hera, Heslia, Plutão (Hades[21]) e Poseidon (Netuno). 
 
Indignada com a fúria infanticida de Cronos. Réia, sentindo aproximar-se a hora de dar à luz a Zeus, o pariu secretamente em Dicte, na ilha de Creta.
 
Para enganar Cronos, Réia ou Rea[22] envolveu uma pedra em fraldas, como se tratasse de um recém-nascido e, a entrega ao marido, que em seguida, a devorou.
 
Chegando à idade adulta, Zeus auxiliado por Métis, filha de Oceanus ou Oceano ou pela própria Gaia, preparou e deu a Cronos uma beberagem que o obrigou a vomitar todos os filhos que engloba.
 
Zeus e seus irmãos recém-salvos entraram em guerra contra Cronos aliados dos titãs, seus irmãos. No décimo ano de guerra um oráculo
de Gaia revelou a Zeus que a vitória seria sua se contasse com a ajuda dos gigantes hecatônqueires, naquela ocasião confinados no Tártaro por Cronos.
 
Graças ao seu auxílio Zeus saiu vitorioso na guerra e aprisionou Cronos e os titãs no mesmo lugar onde estiveram os hecatônqueires, que então passaram a ser os guardiões dos vencidos[23].
 
Além dos filhos que teve com Rea, Cronos sob forma de cavalo engendrou em Fílira o centauro[24] Quírion (Quíron)[25]; em outras lendas a paternidade de Hefesto e de Afrodite é atribuída a Cronos em vez de Zeus e Urano, respectivamente.
 
Na tradição órfica, a reconciliação de Cronos, longe de seus grilhões e vivendo na ilha dos Bem-Aventurados, com seu filho Zeus, assinala o início da Idade de Ouro[26].
 
Nessa Idade, Cronos apareceu em seu trono, ora em Olímpia, ora na Itália (onde foi desde épocas remotos identificado como Saturno, ou então, na Sicília ou África). Na Idade de Bronze ou Idade de Ferro quando os homens revelaram a sua maldade irremediável, Cronos voltou ao Céu.
 
Com o nome alterado para Kronos (em Khronos) essa divindade aparece em certas alusões como a personificação do Tempo.
 
Na mitologia grega, houve cinco idades dos homens: a Idade do Ouro, que viveu na época que Cronos era rei , a Idade da Prata, criada  pelos deuses do Olimpo e destruída por Zeus porque eles não queriam adorar os deuses, a Idade do Bronze, criada por Zeus, quando  usavam-se instrumentos de bronze e não se conhecia o ferro.
 
Segundo a mitologia grega, a raça humana teria sido criada cinco vezes: Geração de Ouro, de Prata, de Bronze, de Heróis e Semideuses[27] e de Ferro.
 
Geração de Ouro — Primeira raça. Semelhante aos deuses. Sua vida era uma sequência constante de prazeres. Conviviam em perfeita harmonia. Sem cansaço, doença ou dor. Após longos anos de felicidade, a morte vinha como um suave adormecer.
 
No fim, foram todos destruídos como punição pelos terríveis erros de um dos titãs Cronos.
 
Geração de Prata[28] — Fracos e tolos. Incapazes de administrar suas próprias questões. Muito menos de ajudar os outros. Levavam cem anos para iniciar a fase adulta.
 
Não distinguiam o bem do mal e tinham a vida cheia de dor e tristeza. Sem disposição para trabalhar, não amavam uns aos outros. Viviam do que tomavam pela força e era comum se matarem. Não obedeciam aos deuses nem ofereciam sacrifícios.
 
Zeus, insultado por sua arrogância e violência, matou a todos.
 
Geração de Bronze[29] — Zeus criou a terceira geração. Homens muito altos e fortes. Guerreiros destemidos. Moldados em bronze, tinham armas do mesmo material.
 
Tudo era de bronze pois homens ainda não haviam descoberto como trabalhar o ferro. Não cultivavam a terra. Viviam da caça e da coleta. Ficaram arrogantes e vaidosos, cheios de tolo orgulho e uniram-se para tomar o monte Olimpo.
 
Novamente Zeus matou a todos.
 
 
A origem inicial, porém, era mais distante. Na mitologia grega, houve cinco idades dos homens: a Idade do Ouro, que viveu na época que Cronos era rei dos deuses, a Idade da Prata, criada pelos  deuses do Olimpo e destruída por Zeus porque eles não queriam adorar os deuses, a Idade do Bronze, criada por Zeus, quando usavam-se instrumentos  de bronze e não se conhecia o ferro, a Idade dos Heróis, de homens chamados de semideuses, e a quinta, a Idade do Ferro, que continuava até os dias de Hesíodo.
 
A metáfora das idades dos metais continuou sendo utilizada pelos romanos, porém Lucrécio substituiu o conceito de decadência moral, por aquele de progresso, concebido como similar ao crescimento individual do ser humano, num conceito evolutivo. Lucrécio descreveu uma série de períodos baseados no uso de pedra (e madeira), bronze e ferro, respectivamente.
 
Geração de Ferro — A idade mítica chegou ao fim. Zeus gerou da terra a abundante geração de ferro, que ainda habita a terra em nossos dias. A vida é difícil para estes homens. Tem de trabalhar para sobreviver, enfrentando problemas e provas.
 
Nem os deuses parecem amá-los, pois retiraram-se para o Olimpo. Distribuíram algumas alegrias, mas o mal sempre excede o bem e obscurece a vida dos homens.
 
A quinta geração vive com a lembrança da que a precedeu. A era mítica deixou uma rica herança cultural para os seus sucessores. Suas histórias ainda foram contadas por Homero, Sófocles, Hesíodo, Eurípedes, Ésquilo e tantos outros[30]. A mitologia grega, em sua maior parte, concentra-se na quarta geração e, a partir do nascimento da quinta, já não há mais mitologia.
 
Em geral, a postura diante dos mitos passou por três fases distintas:
a) A primeira é tipicamente ingênua, na qual o mito não é conhecido como tal, sendo considerado e identificado com a própria realidade. Assim, o símbolo se confunde com seu conteúdo;
b) A segunda fase é a crítica, na qual o mito é reconhecido como símbolo, ocorrendo um processo de desmitização que consiste no esclarecimento do jaez semântico do mesmo;
c) A terceira fase de recuperação e reabilitação do mito e do símbolo, não mais identificados com a própria realidade.
 
Afinal, a dimensão mítica faz parte da estrutura da consciência humana. Por isso existe a oposição necessária entre o Mythos e o Logos (a razão). A compreensão racional constitui, portanto, uma forma posterior e derivada da forma mítica de percepção da realidade. O Logos se desenvolve a partir do Mythos. Através das batalhas mitológicas podemos finalmente entender os principais paradoxos humanos.
 
 
Referências:
BRANDÃO, Junito de Souza. Dicionário Mítico-Etimológico da Mitologia Grega, Vozes, Petrópolis 2000.
ROUDINESCO, E; PLON, M. Dicionário de Psicanálise. Trad. Vera Ribeiro e Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
ZIMERMAN, DE. Fundamentos Psicanalíticos: teoria, técnica e clínica. Porto Alegre: Artmed, 1999. (Reimpressão 2010).
 

[1]  A psicanálise pode ser entendida como o método terapêutico criado por Sigmund Freud (1856-1939, neurologista austríaco), empregado em casos de neurose e psicose, que consiste fundamentalmente na interpretação, por um psicanalista, dos conteúdos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias de um indivíduo, com base nas associações livres e na transferência.
Em diversos momentos de sua teoria, Freud recorreu aos mitos e às referências e metáforas mitológicas (gregas) para abordar e explicar as origens, preenchendo lacunas teóricas que surgiam quando era levado a teorizar para além do que lhe parecia formalizável conceitualmente. Temos por exemplo, através do conceito de recalque originário (inauguração da clivagem psíquica), do conceito de complexo de Édipo (ponto chave da organização libidinal), do mito original da horda primitiva (nascimento da cultura), da teoria das pulsões (definida por Freud como mitológica), da hipótese filogenética (tempo herdado e pré-individual).
 
[2] Entretanto, o psicanalista que mais se ateve aos mitos na elaboração de seus conceitos foi Jung, discípulo de Freud, que aparentemente tinha uma visão mais esotérica da psique humana, sendo esta visão repudiada por Freud em 1913, levando a um rompimento entre ambos. De acordo com Jung, é nos mitos que se encontra o material privilegiado para analisar os mistérios da alma, os acontecimentos anímicos, que posteriormente denominou de arquétipos.
“Nos mitos e contos de fada, como no sonho, a alma fala de si mesma e os arquétipos se revelam em sua combinação natural como formação, transformação, eterna recriação do sentido eterno”. A interpretação dos mitos na narrativa Junguiana só faz-se possível quando leva-se em consideração o conceito de inconsciente coletivo.
 
[3] Na Teogonia de Hesíodo, Oceano era o antigo titã, filho de Urano (Céu) e Gaia (Terra). Era o marido da titânide Tétis e pais de três mil espíritos-córregos e três mil ninfas do oceano. No livro Ilíada do XIV, ele identificado, mas uma vez como o gerador dos deuses e uma vez como gerador de todas as coisas. Na arte ele era um assunto comum, onde aparece no Vaso François e em numerosos sarcófagos romanos.
 
[4] Ceo, titã da inteligência. Oceano, titã que representa o rio o qual circunda o mundo; Crio, titã das manadas, do frio e do inverno; Hipérion, titã da visão e do fogo astral; Lápeto, irmão de Cronos. Cronos que foi rei dos Titãs que governou o mundo durante a Idade de Ouro. 
Atlas, titã que recebeu de Zeus o castigo de sustentar o mundo nos ombros.  Febe era a titânide da Lua. Mnemósine, titânide que personificava a memória. Além do mais, é também mãe de outras entidades mitológicas, as Musas, juntamente com Zeus. Réia, a rainha dos Titãs como Cronos. Têmis, titânide das leis e costumes. Témis, titânide das leis e costumes.
Tétis, titã que personificava o mar e a fertilidade das águas. Téia, titã da lua e da visão. Além dos Doze titãs, Urano e Gaia tiveram três filhos chamados ciclopes. Eles eram gigantes, com só um olho na face, que lutaram ao lado de Zeus na guerra contra Cronos. Os relâmpagos usados por Zeus na batalha foram forjados por eles,
 
[5] Entretanto, vale lembrar que a terminologia Titãs, serve apenas para as figuras másculas, pois quando queremos nos referir a uma figura feminina devemos dizer titânde ou titânide. A primeira geração dos Titãs da Mitologia Grega traz doze seres híbridos, ou seja, nenhum era completamente humano e eles ainda conseguiam se transformar em animais.
 
[6] A foice é uma antiga ferramenta agrícola, que tem a característica peculiar curvilínea. É um importante instrumento de manuseio nas atividades de agricultura, principalmente para a colheita de cereais. Juntamente com o arado e a enxada, foi o grande responsável pela segunda Revolução neolítica.  O instrumento consiste de uma lâmina encurvada presa a um cabo de madeira.
Geralmente é de metal, mas foram encontrados restos dessa ferramenta em pedra bem afiada da época dos sumérios com cerca de 5.000 anos.  Uma ferramenta muito similar é a gadanha, mas esta tem cabo e lâmina mais longos, o que facilita a colheita. Outra arma similar é a kama, a qual era usada pelos ninjas, porém ela é uma versão portátil.
 
[7] A primeira esposa de Zeus, Métis, foi devorada por ele quando uma profecia revelou que um de seus filhos o trairia. O deus também enganava as mulheres que desejava: transformou-se em águia, touro, cisne, chuva de ouro e marido de uma das pretendentes. Muitas histórias relatam estupros, com Zeus as tomando à força.
 
[8] Os ciclopes (do grego antigo Κύκλωψ, "olho redondo", de κύκλος, transl. kýklos, 'círculo', e ὤψ, transl. ṓps, 'olho') eram, na mitologia grega, gigantes imortais com um só olho no meio da testa que, segundo o hino de Calímaco, trabalhavam com Hefesto como ferreiros, forjando os raios usados por Zeus.
[9] Os ciclopes (do grego antigo Κύκλωψ, "olho redondo", de κύκλος, transl. kýklos, 'círculo', e ὤψ, transl. ṓps, 'olho') eram, na mitologia Os hecatônquiros (em grego: Έκατόνχειρες: Hekatonkheires, "os de cem mãos"), ou centimanos (em latim: Centimani), na mitologia grega, eram três gigantes filhos de Urano e Gaia e irmãos dos doze titãs e dos três ciclopes. grega, gigantes imortais com um só olho no meio da testa que, segundo o hino de Calímaco, trabalhavam com Hefesto como ferreiros, forjando os raios usados por Zeus.
 
[10] O Cíclope da Odisseia de Homero. De acordo com esta epopeia, é o mais medonho e feroz de entre aqueles gigantes de um só olho, na testa, e aspeto selvagem.  Era filho de Poseidon e de uma ninfa marinha, Toosa, filha de Fórcis. A sua atividade principal era a pastorícia. Habitava numa caverna, numa ilha provavelmente a sul da Sicília, alimentando-se de carne crua, humana de preferência, ainda que o fogo não lhe fosse desconhecido, por vezes bebia vinho, mas de forma desregrada.
Às vezes também chamava pelos outros Cíclopes, quando se sentia ameaçado, embora nunca lhes soubesse explicar o motivo do seu apelo. A correta pronúncia é 'Com ó aberto, "ciclòpe", de acordo com as transcrições fonéticas disponíveis no dicionário da Academia Brasileira de Letras e no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora: [siˈklɔpɨ].' In: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-pronuncia-da-palavra-ciclope/29818 [consultado em 11-04-2020].
 
[11] Eram deuses gigantes, filhos de Urano e Gaia, irmãos dos titãs e dos ciclopes, que possuíam cem braços e cinquenta cabeças. Estes seres foram libertos do ventre de Gaia por Cronos, que após assumir o poder entre os deuses, trancou os hecatônquiros no tártaro, uma espécie de inferno.
 
[12] A condenação de Zeus à Atlas foi a de segurar a Terra nos ombros por toda eternidade. E tal castigo foi dado, pois o titã havia participado da guerra contra os deuses do Olimpo, que tinha como objetivo a conquista do poder supremo. Na Geografia, o nome deste titã aparece no nome da Cordilheira do Atlas (noroeste da África) e no Oceano Atlântico.
 
[13]   Foi o casamento de Themis com Zeus que inseriu a ordem e equidade no mundo dos homens, mostrando que até mesmo quem emana as leis deve a elas estar submetida. A segunda esposa de Zeus foi Têmis, uma titã, deusa da justiça. As Moiras levaram Têmis até Zeus para se tornar sua segunda esposa, e as Moiras profetizaram que Zeus teria muito a aprender com Têmis, que era tão sábia quanto Métis.
Foi ela que temperou o poder de Zeus com muita sabedoria e com seu profundo respeito pelas leis naturais.
Entretanto, o casamento do dois não foi de total doce harmonia, pois embora transitasse sabedoria entre eles, os ditames de um e do outro, sempre tinham um preço muito elevado, pois nada possui solução definitiva. Assim, o matrimônio com Têmis foi desfeito e Zeus casou-se, finalmente, com sua irmã Hera.
 
[14] Mnemosine ou Mnemósine (em grego: Μνημοσύνη, transl.: Mnēmosýnē), era uma titânide, filha de Urano e Gaia.  É a deusa que personificava a memória. As nove musas são filhas de Mnemósine com Zeus:  Calíope — Poesia Épica; Clio — História; Erato — Poesia Romântica; Euterpe — Música; Melpômene — Tragédia; Polímnia — Hinos; Terpsícore — Danças; Tália — Comédia; Urânia — Astronomia.
Era aquela que preserva do esquecimento. Seria a divindade da enumeração vivificadora frente aos perigos  da infinitude, frente aos perigos do esquecimento que na cosmogonia grega aparece como um rio, o Lete,  um rio a cruzar a morada dos mortos (o de "letal" esquecimento), o Tártaro, e de onde "as almas bebiam  sua água quando estavam prestes a reencarnarem-se, e por isso esqueciam sua existência.
 
[15] Gaia, Geia ou Gé (em grego: Γαία, transl.: Gaía), na mitologia grega, é a Mãe-Terra, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora imensa.  Segundo Hesíodo, no princípio surge o Caos (o vazio) e dele nascem Gaia, Tártaro (o abismo), Eros (o amor), Érebo (as trevas) e Nix (a noite). Gaia gerou sozinha Urano (o Céu), Ponto (o mar) e as Óreas (as montanhas). Ela gerou Urano, seu igual, com o desejo de ter alguém que a cobrisse completamente, e para que houvesse um lar eterno para os deuses "bem-aventurados". 
Com Ponto, Gaia gerou Nereu: É um deus marinho primitivo, representado como um idoso o velho do mar. Além de Fórcis, Ceto, Euríbia e Talmas. Gaia, a segunda divindade primordial segundo a mitologia grega, surgiu apenas depois de Caos, representando a Terra. Com uma enorme potencialidade geradora, Gaia gera pontos, montanhas e seu principal filho e posterior esposo, Urano.
Com Urano, que representa os céus, Gaia tem vários filhos. Doze titãs, ciclopes e hecatônquiros. Como Urano previa o futuro e sabia que um de seus filhos iria tomar o seu poder, não deixava sua esposa Gaia dar à luz, então ela pediu a seus filhos Titãs que a ajudasse, porém apenas Cronos aceitou, castrando violentamente seu pai. Futuramente, Cronos tomou o poder se tornando rei absoluto, como Urano previu. 
 
[16] Reia e Cronos são dois Titãs, filhos de Gaia e Urano Estrelado. Estes dois titãs colaboram para a concepção da Natureza, da qual somos parte, de uma maneira tão direta que são considerados o símbolo do mundo do tempo. Ambos representam seja o tempo que passa, seja o tempo como mundo, seja a emoção que se revela no tempo.  Estes dois Titãs são o tempo, como realidade objetiva e como representação ideal onde se insere a vida racional. 
O deus Urano, por exemplo, era filho de Gaia, mas também era seu marido. Juntos, os dois tiveram dois filhos, incluindo Cronos e Reia, que se casaram. Dessa união, nasceram seis filhos, incluindo o casal Zeus e Hera. O deus do trovão não se contentou em ter apenas a esposa e também teve uma filha com a irmã Demetra.  As festas de família deveriam ser bem complicadas com esse pessoal.
 
[17] As paixões de Zeus foram suas amantes que, junto com seus filhos, eram odiados e perseguidos por Hera. Vários autores antigos apresentam listas de paixões de Zeus - usualmente iniciando-se com Métis, filha de Oceano e Tétis, e terminando com Olímpia do Epiro, mãe de Alexandre, o Grande, e Nêmesis a (deusa da guerra) que com ela teve Helena de Troia e Pólux. Zeus casou-se três vezes, sua primeira esposa foi Métis a deusa da prudência e com ela teve sua filha Atena. Sua segunda esposa foi Têmis a deusa da justiça.
E, sua terceira esposa foi sua irmã Hera e com ela teve vários herdeiros, mas o único que foi filho legítimo de Hera e Zeus foi Ares, que era o Deus da guerra. Hera era muito ciumenta e agressiva já que Zeus desonrava sua vida com Hera, tinha muitas amantes, e que também acabou tendo muitos filhos fora de seu casamento. Zeus usava seu poder de sedução e até usava as mais belas metamorfoses para conquistar as mulheres. As mais conhecidas são: o Cisne de Leda e o Touro da Europa.
 
[18] De modo direto, Édipo é conhecido por ser um herói de inteligência elevada. Com isso, acabou se tornando o único a conseguir desvendar o enigma da esfinge. Acabou se tornando o rei de Tebas e sua história é usada para designar um conceito muito importante para a Psicanálise: o complexo de Édipo.
 
[19] Cadmo teve uma história de vida fascinante, complexa e cheia de reviravoltas. De acordo com a mitologia grega, fundou a cidade de Tebas e ensinou o alfabeto fenício na Grécia.
 
[20] Mais tarde, Dionísio buscou Sêmele nos infernos, retirando-a de lá, promovendo a sua aceitação no Olimpo sob a condição de deusa. Sêmele (do frígio zemelô, "terra") ou Tione (do grego Thyiônê, "frenesi"), Estímula (Stimula) para os romanos, filha de Cadmo e de Harmonia na tradição tebana, foi amada por Zeus e concebeu Dioniso. No mito naturalista original, segundo Junito de Souza Brandão, a Terra-Mãe (Sêmele), fecundada pelo raio celeste do deus do Céu (Zeus), gerou uma divindade cuja essência se confunde com a vida que brota das entranhas da Terra. No mito tradicional, entretanto,
Sêmele é reduzida a simples mortal e o raio de Zeus, embora possa ser interpretado como um sinal de um hieròs gámos que liga duas entidades míticas, o deus Céu e a deusa Terra, foi reduzido à união clandestina do deus supremo com uma jovem mortal, que não poderia deixar de ser fulminada pelo raio de Zeus.
O nascimento prematuro, porém, permitiu conferir a Dioniso uma divindade que a simples ascendência paterna normalmente não garantia - os semideuses, embora dotados de qualidades extraordinárias, eram sempre mortais.  Ao ser salvo por Zeus e terminar a gestação dentro de sua coxa, Dioniso tornou-se emanação direta do pai.
 
[21] Afirmar que o senhor do submundo não é um vilão absoluto pode soar meio absurdo. Acontece que Hades foi erroneamente associado ao conceito de inferno cristão. O engano ocorre por sua relação com as almas dos mortos e localização de seu reino – nas profundezas da Terra. Ele não julga as almas, para isso, o mundo inferior conta com três juízes: Éaco, Radamanto e Minos. A tortura dos condenados também não cabe ao deus, essa função é desempenhada pelas erínias, espíritos femininos da justiça e da vingança.al).
 
[22] Irmã e esposa de Cronos, gerou nesta ordem, segundo Pseudo-Apolodoro, Hera (a mais velha), seguida de Deméter e Héstia, seguidas de Hades e Posídon; o próximo a nascer, Zeus, foi escondido por Reia em Creta, que deu uma pedra para Cronos comer. Higino enumera os filhos de Saturno e Ops como Vesta, Ceres, Juno, Júpiter, Plutão e Netuno, ele também relata uma versão alternativa da lenda, em que Saturno encerra Orco no Tártaro e Netuno em baixo do mar, em vez de comê-los.
Por ser mãe de todos os deuses do Olimpo, é conhecida como Mãe dos Deuses. É uma deusa relacionada com a fertilidade; isso acarreta uma relação errônea com a deusa Cibele; que é a Mãe Terra original da Ásia Menor, e tardiamente adaptada a mitologia romana. Devido a um oráculo de Urano, que profetizara que Cronos seria destronado por um dos filhos, este passou a engolir todos os filhos assim que nasciam.
Reia decidiu que isto não ocorreria com o sexto filho. Assim, quando Zeus nasceu, Reia escondeu-o numa caverna no Monte Ida em Creta ao cuidado dos assistentes curetes posteriormente sacerdotes e, no lugar do filho, deu a Cronos uma pedra enrolada em panos. Cronos engoliu-a, pensando ser o filho.
Há diversas versões sobre quem criou Zeus. Algumas relatam que ele foi criado por Gaia; outras, por uma ninfa (Adamanteia ou Cinosura); segundo uma outra versão, foi nutrido por uma cabra (Amalteia); há outra versão, que Amalteia é ninfa e possuía a cabra Aix que cedeu leite a Zeus recém-nascido. Ao atingir a idade adulta, Zeus destronou o pai, forçou-o a vomitar os irmãos e assumiu o Olimpo.
 
[23] Os hecatônquiros (em grego: Έκατόνχειρες: Hekatonkheires, "os de cem mãos"), ou centimanos (em latim: Centimani), na mitologia grega, eram três gigantes filhos de Urano e Gaia e irmãos dos doze titãs e dos três ciclopes. Seus nomes eram Briareu ("o vigoroso" - também chamado Aigaion (Αἰγαίων), latinizado como Aegaeon, Coto ("o furioso") e Giges ("o de grandes membros").
Possuíam cem mãos e cinquenta cabeças. Logo após seu nascimento, Urano, horrorizado com a natureza monstruosa dos seres que havia gerado, escondeu-os nas profundezas do Tártaro. Cronos, cumprindo uma profecia do oráculo de Delfos, ajudou-os a escapar do Tártaro e a formar uma rebelião que culminaria com a castração de seu pai, Urano.  Depois da queda de Urano, Cronos subiu ao poder e voltou a aprisioná-los no Tártaro.

Os hecatônquiros foram novamente libertados do Tártaro por Zeus, que havia sido orientado pela avó deles Gaia de que eles poderiam ser decisivos na Titanomaquia, a guerra dos deuses olímpicos contra os titãs. Nessa guerra, os hecatônquiros lançaram centenas de enormes pedras contra os titãs, ajudando a derrotá-los. Depois da vitória contra os titãs, Briareu ganhou uma morada nas profundezas do mar Egeu, enquanto Coto e Giges se estabeleceram em palácios no rio Oceano.
 
[24] Quiron representa a parte do ser humano que se eleva às questões do espirito para compreender o mestre espiritual que existe em cada ser humano. Era considerado como um Pontífice que significa "o construtor de pontes", que são os padres e os pastores que servem de guia espiritual, estabelecendo uma relação entre Deus e o homem. É o intérprete que esclarece a natureza das leis que regem a sintonia com o divino.
As leis de Quiron, o Hierofante, dizem respeito à boa conduta aos olhos de Deus. Quiron não representa qualquer sistema religioso. Ele é uma criatura selvagem, metade homem, metade animal, que nos transmite uma lei individual em que o homem só se encontra no seu próprio mestre interior. Por isso, as pessoas experimentam Deus de uma forma individual, com o que Ele representa para cada um.to às leis divinas.
 
[25] Os centauros nasceram de um grande mistério. Diz a lenda que Ixion, filho de Ares, durante um banquete junto aos deuses tentou seduzir a esposa de Zeus. Percebendo as intenções de Ixion, Zeus moldou uma nuvem à semelhança de sua mulher Hera. Sem perceber, Ixion se uniu à nuvem dando origem aos centauros. Apesar de Quíron ser o rei dos centauros, ele não era filho de Ixion. Quíron era filho de Cronos e da Oceânide Filira. Conta a lenda que, para fugir da desconfiança de sua mulher, a deusa Réia, Cronos transformou-se em um cavalo para amar a bela Filira. Dessa união nasceu no monte Pélion, um menino metade homem, metade cavalo. Inconformada em ter gerado um Centauro, Filira teve repulsa do filho. Para não sofrer com a imagem do pequeno monstro, ela pediu aos deuses para que a transformassem em uma árvore. Compadecidos, os deuses a transformam em uma Tília.
Ao ver a amada imóvel em forma de árvore, só restou a Cronos protegê-la dos raios e dos lenhadores, fazendo com que a Tília exalasse para todo sempre um agradável e inebriante perfume quando floresce na primavera. Quiron foi entregue para ser educado por Apolo - o deus sol e por Ártemis, a deusa-lua. Por sua sabedoria, virtudes e grande espiritualidade, foi sagrado rei dos centauros recebendo a incumbência de educar os jovens quanto ao respeito às leis divinas.
 
[26] A Idade do Ouro, segundo a mitologia grega, refere-se ao período em que o mundo passava por seu apogeu, com glórias perpétuas. Durante essa Era havia a ideologia do estado ideal e a utopia de que o gênero humano era puro e imortal. A Idade do Ouro também foi marcada por paz, harmonia, estabilidade e prosperidade.
O termo era dourada (ou suas variantes: Idade de ouro, Era de ouro, etc.) deriva da mitologia grega e de lendas. Refere-se ao mais antigo período do espectro grego das idades de Ferro, Bronze, Prata e Ouro, ou ao tempo no início da humanidade, que foi percebido como um estado ideal, ou utopia, quando o gênero humano era puro e imortal.
A "era dourada" é conhecida como um período de paz, harmonia, estabilidade e prosperidade. Nas obras literárias, a era dourada geralmente termina com um acontecimento devastador, identificado como a Queda do Homem.
 
[27] Na mitologia grega, os heróis (semideuses) eram personagem que estavam numa posição intermediária entre os homens e os deuses gregos. Possuíam poderes especiais superiores aos dos humanos (força, inteligência, velocidade), porém eram mortais. Os heróis aparecem em várias histórias mitológicas da Grécia Antiga. Na Grécia Antiga e na Roma, a palavra “semideus” não possuía definição e era raramente usada. O mais recente uso do termo veio através dos poetas de grego arcaico, Hesíodo e Homero.

Segundo a mitologia greco-romana os deuses às vezes descem a terra para "namorar" com seres humanos, pois os gregos cultivavam o corpo perfeito, mas tão perfeito que seduziria até os próprios deuses, outra explicação era que quanto mais "humanos" os deuses fossem mais reais eles seriam, ou seja, os gregos e os romanos são os verdadeiros propulsores do humanismo.
 
[28] Quando Zeus passou a ser o rei do Olimpo, atingiu-se a “Idade de Prata”, em que os humanos viviam cem anos sob a forma de crianças, antes de envelhecerem rapidamente e morrerem. Era uma geração mais impiedosa que os seus predecessores e, por vezes, desrespeitavam os deuses, pelo que Zeus decidiu extingui-los.
 
[29] Zeus criou a terceira geração. Homens muito altos e fortes. ... Geração de Heróis e Semideuses — A quarta geração veio ao mundo com Hércules, Teseu, Orfeu, Jasão, Aquiles, Agamêmnon e todo o exército de heróis da mitologia grega. Seus atos corajosos originaram o nome da geração: Idade Heroica.
 
[30] Nem todos os deuses são adorados Embora Ares seja conhecido como deus da guerra, divide o título com sua irmã, Atena. Filhos de Zeus e Hera, um é a antítese do outro: o primeiro personifica o derramamento de sangue enquanto o segundo representa a batalha justa e estratégica. De acordo com as histórias, Ares era um deus detestado pelos outros – mesmo seus pais o olhavam com desdém.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 12/04/2020
Alterado em 12/04/2020
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