Ao longo de toda história da humanidade sempre existiu grupos ou pessoas que foram mais ou menos excluídos, ou aceitos no convívio social, em nome de suposta harmonia e equilíbrio ou normalidade, por assim dizer, seja qual for o motivo, doença ou classe social. A natureza no homem ou mesmo fora deste é harmonia e equilíbrio. Assim, o anormal é a ausência da normalidade, que põe em risco conhecido desde sempre e que perturba a ordem estabelecida e reinante. A perturbação, a doença, o transtorno mental e o diferente é a anormalidade. Pode-se ainda afirmar que o anormal nada mais se traduz em ser uma nova forma de normal, uma forma diferente de anormalidade, ou até alternativa. No perigoso jogo de classificação e relação de reconhecimento de si e dos outros. Sempre há a tentativa de classificar, hierarquizar e padronizar detalhes da vida humana.E, assim, o comportamento desviante é atribuído ao anormal que é reconhecido por grupos e indivíduos estigmatizados. No fundo, tal classificação revela apenas mais um jogo de poder. Interessante é a reflexão de Arendt que é afirmou que somente na relação que o homem percebe o outro. E, que existe como tal, porquanto, a pluralidade humana comporta sempre o duplo aspecto da igualdade e da diferença. A igualdade de homens e a diferença de indivíduos. Portanto, ser diferente não significa ser inferior ou superior, tampouco anormal, mas simplesmente diferente, embora possa ser semelhante.