O vento uivava
feito um lobo doente
os pensamentos pingavam por lágrimas,
escorriam por suores frios
e, reverberaram em calafrios
A chuva se avizinhava em nuvens
cinzas empretecidas
Precisava chorar sozinha
Lamber as minhas próprias feridas.
Reverenciar minhas cicatrizes
Como monumentos à sobrevivência.
No silêncio profundo
encontrava as palavras,
o lirismo brejeiro,
dependurado pela cortina rendada...
depois, uma brisa com cheiro de outono
O cheiro doce das frutas
O brilho tímido das pérolas
O ranger da gaveta.
E, tudo era despedida.
A porta que se fechada.
O sol que se punha.
E os ventos a uivar insanos
procurando por almas para guiar.