"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

Textos


 
O número três representa um símbolo sagrado para os gregos e a mitologia grega apresenta diversas tríades relevantes.

As tríades são compostas por três elementos semelhantes que se complementam e possuem um papel específico.

É o caso da tríade dos juízes do inferno composta por Minos, Éaco e Radamanto. E, conforme for seu julgamento, o morto poderá ir para o Tártaro, Campos Elísios ou Campos Asfódelos. Éaco é o juiz detentor da chave do inferno do reino de Hades.

É considerado um homem piedoso, sábio e justo e, por isso gozava da simpatia dos deuses. Reza a lenda quando em uma invasão a seu reino, Éaco perdeu todos os seus combatentes, então encurralado rogou aos deuses, que transformaram as formigas aos seus pés em soldados, que foram batizados de mirmidões.

Radamanto é representado segurando um cetro, sendo descrito como um homem íntegro e severo. E, conta a lenda que reinou em Creta, sendo um dos mais populares reis de todos os tempos.

O enciumado Minos o destronou e o expulsou de Creta, quando se exilou na Beócia, onde casou-se com Alcmena, mãe de Hércules e viúva de Anfitrião. Tornou-se então padrasto do semideus.

Já Minos, é o mesmo personagem presente na lenda do Minotauro. Sendo descrito como um homem calmo, frio e racional.

Cabendo a este, o voto final, quando houver indecisão entre Éaco e Radamanto. Pairam sérias controvérsias se fora nomeado como juiz por Zeus, uma vez que não fora um bom exemplo de homem em vida. Zeus teria expulsado Radamanto de Creta por inveja.

E, em outro episódio, reivindicou as quatorze jovens à cidade de Atenas como forma de tributo e homenagem para alimentar o Minotauro.

Tártaro era o local de homens maus, pecaminosos, criminosos e injustos.

Seria um local escuro, quente e tracejado por rios de lavas onde as almas receberiam os mais terríveis castigos para pagarem as atrocidades que cometeram. Os campos Elíseos eram o local para onde eram encaminhadas as almas boas, justas e que propagaram a benevolência em sua vida.


É um lugar bem iluminado contendo um vasto campo verde, florido e perfumado, e ainda se pode ouvir as doces melodias das liras.
Seria o destino para onde iriam os grandes heróis, poetas e sacerdotes.


O campo Asfódelos, seria o limbo. Seria o lugar para onde iam as almas que não fizeram mal e nem bem. Assim não teriam um grande feito para justificar sua ida para os campos Elíseos.

O limbo é local escuro, sombrio e monótono, dotado de árvores secas e retorcidas, onde as almas não eram castigadas, mas também não recebiam nenhum benefício e, seriam condenadas a tristeza eterna.

Outra tríade famosa é a das três moiras que eram irmãs que possuíam o poder de determinar o destino tanto dos mortais como dos deuses. Pois fabricavam, teciam e cortavam o que era conhecido como fio da vida.

As moiras utilizavam a Roda da Fortuna, sendo que as voltas dadas pelo tear significavam a posição do indivíduo na vida, ou seja, o topo é uma parte mais privilegiada, enquanto que a parte inferior seria a menos desejável.

As moiras se chamam Coto, Láquesis e Átropos e pertencem à geração dos deuses primordiais, são velhas sinistras ou conforme os modernos retratam como donzelas sombrias.
 
As Górgonas eram figuras mitológicas monstruosas, sendo mulheres que tinham serpentes na cabeça, no lugar do cabelo. E, tinham o corpo coberto por escamas, dentes pontudos e garras de metal.

Dentre essas figuras, a mais notória era a Medusa que compunha a tríade juntamente como Esteno e Euriale. O poder destas era transformar em pedra qualquer um que as olhasse nos olhos.

 
As três Gréias eram personagens mitológicos que eram três irmãs que possuíam cabelo grisalho desde o nascimento, chamadas de Dino, Ênio e Pênfredo. Eram irmãs das Górgonas, com as quais são constantemente confundidas e, juntas, tinham apenas um dente e um olho, que usavam alternadamente.

As Gréias tinham a missão de guardar o caminho que conduziria até a morada das Górgonas e tiveram o seu único olho roubado por Perseu, quando quis matar a Medusa, fazendo com que as Gréias caíssem em profundo sono.

 
As três Erínias (Eumênides) ou fúrias eram deusas encarregadas de punir os crimes dos homens. Tal como Nêmesis, as Fúrias personificavam a vingança, entretanto, a primeira seria a vingança divina, enquanto que a tríade de Erínias representavam a vingança após a morte.

Seus nomes eram Tísifone, que significa castigo; Megera que significa rancor e Alexto que significa inominável. Tais três personagens habitavam as profundezas do Tártaro, torturando as almas pecadoras que foram julgadas pelos juízes infernais.
 
As três Cárites ou Graças são deusas da beleza, dos banquetes, do encanto, da gratidão, da sorte e da prosperidade familiar.

Tais divindades possuíam beleza e virtudes, também sendo chamadas de musas e tendo sido dançarinas nas festas do Monte Olimpo. Seus nomes eram: Tália (que faz as flores brotarem), Eufrosina (o sentido da alegria) e Aglaia (claridade).

 
As três horas representavam um grupo de deuses que comandavam as estações do ano e eram filhas de Têmis e Zeus, personificando a ordem do mundo. Eram: Dice (Justiça), Irene (paz) e Eunômia (a ordem, a lei e a legalidade), também são as guardiãs do ciclo anual de crescimento da natureza e também das estações climáticas.
 
As três musas originais eram adoradas na região da Beócia. Aedes era o canto da voz, Méletee que era a meditação e Mnema que era a memória. Depois vieram as noves musas do Olimpo, todas filhas de Zeus e Mnemósine.

P.S. Outra tríade igualmente famosa é da biologia, três minutos sem oxigênio, três semanas sem comida, três dias sem água, o resultado, como é sabido, é óbito.

 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 09/02/2020
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