Eu seria uma pessoa absolutamente reles, não fosse o fato de ter sido prematura há mais de meio século atrás. E, assim sou o que normalmente denominam de dinâmica, lépida e hiperativa. Eu poderia falar de um personagem que trouxesse traços próprios e, outros apenas desejáveis. Mas, sou sincericida, ou seja, aquela que usa a sinceridade direta e quase total em momento impróprio e, principalmente para a pessoa errônea. Essa peculiar rudeza e insensibilidade tornam-me uma pessoa difícil. Mas, eu tento sofregamente não ferir pessoas, não violar valores e, nem tampouco, destruir autoestima alheia. Mas, quando lhe pedem a opinião sincera? O que fazer? Ser politicamente correto, dar um sorriso amarelo e colorir a verdade furtivamente. Sou primogênita, o que fez minha mãe, nomear-me como "capitã da nau", chamada família, onde há uma miríade de afetos complexos e confusos. Sou professora, o que exige muito para prover o compartilhamento de conhecimento, além de ensinar a aprender, a pesquisar e, principalmente, a respeitar o compromisso. Não se trata de mera propaganda de informações, mas sim, de propiciar o crescimento mostrando caminhos e criando vínculos para compreender o outro e, principalmente, para fortalecer os laços, a sobrevivência e os valores que deixaremos um dia como legado. É preciso do que apenas olhar, precisamos enxergar, precisamos conhecer e identificar o contexto e, prioritariamente, identificar-se. Para assim, atender as necessidades e reger a grande orquestra da vida, com a batuta da esperança e dignidade. Enfim, sou idealista e realista. Ufa! Cansei...