Inspirada na poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade, ouso confessar que somos compostos por sete mil faces. Nascemos ao acaso premeditado pelo destino e, oscilamos em viver sob a luz e sombra. Por vezes, a voz da consciência sussura: Vai Gisele, ser gauche na vida. Ou a droit. Tanto faz pois, a vida é feita de escolhas e decisões para as quais nem sempre estamos prontos para tomá-las. Milhões de criações humanas nos inspiram ao longo da história. E, ser mulher não é fácil principalmente numa sociedade patriarcal e, por vezes, até misógina. Nem todas as alvoradas são douradas e nem todas tardes serão azuis. Mas nossa alma está repleta de desejos e anseios. Lá fora, há uma multidão ruidosa e de diferentes etnias. Meus olhos incrédulos percebem a realidade e, o que choca são os paradoxos. Para quê tanta guerra? Para quê tanta fome e crueldade indistinta? Sou religiosa, rezo todos os dias. Frequento igrejas, terreiros, sinagogas e até templos budistas. Qualquer ritual que me traga consolo e paz é aceito com isenção. Percebo a infinitude do mundo e faliabilidade finita de nossa existência. Devemos aprender. Aprender a aprender. E, sobreviver com dignidade para que não perder o direito de se comover com o outro. De ter empatia e, enfim, a pura sensibilidade que nos faz ser humano. E, humanizar tudo que toca, como se fosse mágica.