Eis que o silêncio se fez de palavras não ditas.
Eis que a ausência se fez de presenças implícitas.
Eis que o que aqui está.
Diante de nós. Todos os dias.
Em espelhos, em fotografias, em nossa alma perene
é cúmplice de tudo.
Dos pecados. Das glórias. Dos pêsames e
principalmente de nossa semântica.
Dobrada feito origami.
Frita feito tempura.
E, umedecida em tarê
E, a habilidade de usar o hashi.
Manipular cirurgicamente tudo.
Para alimentação.
Para superação.
Para a eterna procura
Das palavras não ditas.
Das presenças implícitas.
E, de tudo que aqui está e, no além.
Como projeções ortográficas da existência.
Como rastros na areia.
Como vestígios deixados ao acaso.
Para alguém ser capaz de decifrar...
Ou simplesmente ficar perplexo.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 24/01/2020