A Idade Média é um dos três grandes períodos da História definidos dentro de um quadro de análise de história europeia. Dividida em: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
Os escritores medievais dividiam a história da humanidade em seis épocas, e, a derradeira era considerada antes do fim do mundo, e denominavam-na de moderna. Foi Petrarca, na década de 1330 que denominava a era anterior ao cristianismo como sendo Antiga e, o período cristão por nova.
E, o pioneiro historiador a definir os períodos tripartidos foi Leonardo Brini, na sua obra chamada "História do Povo Florentino" de 1469. E, historiadores posteriores, argumentaram que a na Itália tinha se desenvolvido significativamente desde o tempo de Petrarca e, ainda, acrescentaram um terceiro período à sua divisão.
Sendo que o mais remoto e antigo registro reconhecido a respeito do termo "Idade Média, é datado de 1469, sendo grafado como media tempestas ou tempos médios. Durante a sua introdução, foi comum a coexistência de várias variantes, tal como medium aevum, registrada em 1604, ou media scecula, registrada em 1625.
As principais características da Idade Média foram a chegada dos povos bárbaros (germânicos), a consolidação do feudalismo e a expansão do cristianismo.
A data consensual para marcar o início da idade média é 476 definida pela primeira vez por Brunie e representa o ano em que foi deposto o último imperador do oriente. Dependendo do contexto, podem ser considerados como eventos de transição a primeira viagem de Cristovão Colombo às Méricas em 1492, a conquista ou queda de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, ou até a Reforma Protestante de 1517.
Já os historiadores ingleses referem-se em geral à Batalha de Bosworth de 1485 como a referência para o fim do período medieval. Em Espanha, por exemplo, é comezinho referir-se ao ano 1516 quando se deu a morte do Rei Fernando II de Aragão, ou ainda, o ano da morte da rainha Isabel I de Castela em 1504, ou ainda, a conquista de Granada em 1492.
Os historiadores de línguas românicas (as línguas latinas e que evoluíram do latim falado por volta do século VII d.C., e incluem o espanhol, francês, italiano, português e romeno) tendem a dividir a Idade Média em duas partes, a saber: a primeira representando a Alta Idade Média e, a segunda, a Baixa Idade Média. Os historiadores ingleses normalmente dividem em três segmentos, in litteris: Early Middle Ages, ou Idade Média Arcaica, definida entre 476 e o ano 1000; High Middle Ages, ou Alta Idade Média, entre o ano 1000 e 1300; e Late Middle Ages, ou a Idade Média Tardia, situada entre 1300 a 1453.
Os termos foram popularizados durante o início do século XX pelo historiador belaga Henri Pirenne e pelo holandês Johan Huizinga. E, durante todo o século XIX, a Idade Média era frequentemente reverenciada como a Idade das Trevas, mas com a criação de subdivisões, o termo restou restrito apenas
ao período arcaico.
A derradeira parte da Idade Média foi um período assaz tumultuado marcado pela guerra dos cem anos ocorrida entra a Inglaterra e França (1337-1453), a Peste Negra, uma epidemia de peste bubônica que motou cerca de um terço de toda população europeia.
Além disso, o sistema feudal se enfraquecera, principalmetne em face do crescimento do poder dos reis de países como Portugal, Espanha, França e Inglaterra.
E, em 1450 quando inventada a imprensa, o que permitiu a disseminação de livros em larga escala, tornando as pessoas mais instruídas. Também teve início o Renascimento que trouxe um grande desenvolvimento do conhecimento e das artes. E, as grandes navegações que ampliaram os horizontes e, permitiram que os europeus chegassem até à América, o que mudou a forma de percepção do mundo.
Já no século XIV, a Europa Ocidental sofreu grave fase conturbada, caracterizada por grandes dificuldades econômicas, além da diminuição da população, o advento de guerras e, até mesmo o enfraquecimento da Igreja.
Nos derradeiros tempos da idade medieval, os fazendeiros não sabiam como manter o solo fértil, e, em decorrência disso, as terras tornaram-se improdutivas . E, um frio incomum e bastante severo atingiu a Europa no século XIV, causando grave redução de alimentos e de seu cultivo. A Europa sofria com um extenso período de fome generalizada.
A maior devastação na Europa do século XIV foi a peste bubônica, chamada de Peste Negra e transmitida por ratos. A peste provavelmente atingiu a Ásia em 1331 e, se espalhou para o Ocidente, pela Rússia. Navios italianos que estavam retornando dos portos do Mar Negro levaram a praga para a Sicília e, em 1348, a epidemia se espalha pela Europa.
Estima-se que aproximadamente vinte milhões de pessoas - um terço da população europeia da época - tenham morrido da doença. Mesmo aqueles que não adoeceram entravam em pânico, acreditando que estavam sendo punidos por seus pecados. Muitos tentaram se absolver de seus pecados cometendo autoflagelo. Multidões massacraram os judeus, acusando-os de responsáveis pela Peste Negra.
Milhões de fazendeiros e artesãos morreram da praga e, como consequência, as safras agrícolas e o artesanato decresceram. Diante da queda na oferta de produtos, os preços subiram e os nobres, necessitando de dinheiro, exigiram cada vez mais impostos dos camponeses. Em países como Inglaterra, França e Itália, os camponeses se revoltaram, denunciando a desigualdade econômica entre ricos e pobres.
Outro fator relevante foi a perda da autoridade do Papa enquanto os monarcas conquistavam maior poder, e, esse fenômeno tornou-se mais visível em 1296, quando o Papa Bonifácio VIII entrou em conflito direto com o rei Filipe IV, o Belo, da França. Então o rei francês exigiu régios impostas às igrejas francesas e, noutro episódio, e mesmo monarca levou a julgamento
um bispo e, aprisionou por longos anos..
Em 1302 o mesmo Papa Bonifácio VIII declarou que tinha autoridade suprema sobre todos os demais governantes. Sentindo-se ultrajado com tal declaração, então, o Rei Filipe IV enviou soldados para prender o papa. E, então o líder da Igreja fora logo libertado, porém, morreu provecto um mês depois em razão de sua longevidade.
Já, em 1305 fora eleito o Papa Clemente V que fora arcebispo branc~es e amigo pessoal do Rei Filipe IV, na tentativa de amenizar o clima ruim. Em vez de mudar-se para Roma, o então novo Papa, fixou-se em Avignon, na França. E, durante 1309 até 1377 todos os papas foram franceses e governavam o clero de Avignon e, não mais de Roma, sendo frequentemente
forçados a apoiar as políticas e ideias do rei francês.
Aliás, os romanos denominaram tal período do papado como o "Cativeiro na Babilônia" ou Exílio babilônico fazendo uma comparação com a época em que o povo judeu fora exilado da antiga Israel para a Babilônia (atual Iraque).
Somente em 1377 que o papado finalmente retornou para ROma, porém, tanto os conflitos políticos como os religiosos ainda continuavam... E, no ano seguinte, os romanos exigiram uma eleição de um papa italiano, que fora Urbano VI. Porém, esse entrou em conflito com os cardeais que o haviam eleito.
E, em resposta, os cardeais, em sua grande maioria franceses, deixaram Roma e, elegeram Clemente VII como novo Papa e, em Avignon.
Para o desagrado da maioria dos católicos, agora havia dois Papas, ambos se recusando a abdicar de sua posição e cargo. Começava, portanto, o Grande Cisma do Ocidente, havendo uma divisão da Igreja que duraria quatro décadas.
Em 1417, porém, ambos lados rivais, concordaram em eleger conjuntamente um novo papa que então viveria e governaria a Igreja a partir de Roma.
Surgiram também outros problemas. Pois muitos cristão sentiam que os papas exerciam mais papéis políticos e não propriamente religiosos e espirituais. E, acreditavam que o papado não deveria intervir na política e no governo da monarquia reformista que tanto critivava a Igreja.
Havendo ainda fortes críticas à Igreja por possuir enorme fortuna e afirmar que o clero tinha a obgrigação de respeitar as leis do Estado. Um renomado reformista chamada John Wycliffe, erudito da Universidade de Oxford, na Inglaterra questionara a crença de que a pessoa só conseguiria adquirir salvação através da Igreja e afirmou ainda que a Bíblia e não propriamente a Igreja era a fonte suprema da autoridade religiosa. Assim, para que todas as pessoas pudessem ler a Bíblia, Wycliffe e seus seguidores realizaram a primeira tradução do Livro sagrado para a língua inglesa.
O resultado da insurreição de Wycliffe e seus seguidores foi a condenação destse como hereges, sendo, portanto, excumungados. Alguns destes foram até queimados vigos. E, apesar dessa expressiva brutalidade, o descontentamento popular com a Igreja aumentou e se espalhou por toda a Europa. E, mais tarde, a história mostraria, que isto levou a muitos católicos e cristãos abandonarem a Igreja e fundarem novas Igrejas Cristãs.
Apesar da fama pejorativa da Idade Média como uma Idade das Trevas, os historiadores contemporâneos expressam com clareza sua admiração pela civilização medieval e seu elgado e, apontam relevantes mudanças ocorridas durante esse período, como no século XV, a Inglaterra e França se estabeleceram como Estados Nacionais fortes e unifiados, e apesar dos governantes da época, terem muito poder, o povo começara a participar lentamente do governo, através do parlamento inglês, formou-se também uma nova classe média dotada de riqueza e ilustração e apta a exercer influência, apesar de ainda a Igreja exercer forte fomínio sobre a vida e morte das pessoas, seu poder começou a ruiur, permitindo assim maior democratização política e religiosa por toda Europa.
O período medieval também foi responsável por relevantes aperfeiçoamentos, sobretudo, no que se refere à produção agrícola, quando deu-se a invenção do moinho, da charrua (arado mais eficiente) e das técnicas de adubamento e de rodízio de terras cultivadas.
Outro legado medieval relevante está representado nas universidades que começaram a surgir na Europa do século XIII. E, desenvolveram-se importantes movimentos artísticos, tais como o românico e o gótico e, existiram influentes filósofos tais como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, os chamados filósofos-doutores e, graças ao exímo trabalho de onges, preservou-se boa parte da cultura greco-romana, o que possibilitaria, anos mais tarde, o surto de revalorização da Antiguidade Clássica ocorrido
durante o Renascimento que tanto inspirou o humanismo.