poetamento
No meio do caminho havia a palavra
Mas a idéia varreu-se com o vento
Se era expandir
Ficou espalhar...
No meio do caminho havia o sentido
Esculpido na alma
E, antes da flor,
da primeira flor
Havia a primavera intrínseca
E no valor do frio
E dentro dos icebergs
Residia a vida
Cristalizada num inverno intenso
e sólido
Que se dilui aos poucos quando chega o
calor do verão,
O radiante sol de meio-dia
A projetar as gotas orvalhadas
A derreter as geleiras
de paixões extintas
A calota polar.
Aumentando o volume dos mares
Inundando ilhas,
Baixos terrenos,
Saudade remota
E bem no meio do caminho
Aquela palavra esculpida em minha boca
Não ganha voz
O silêncio das estações
observa as flores, os rigores,
os calores e o outono de meu corpo.
Estações da vida
Frutos colhidos saboreados
na infância.
Qualquer chance da natureza
registrada em nós
desenha uma eternidade
intrínseca e cruel.
Essencial:
Ser dentro doutro ser.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 04/10/2007
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