Era uma menina muito inteligente e ladina. Seu rendimento escolar era exemplar, quase sempre era a nota máxima em todas as matérias. Naquele tempo, o penteado mais comum consistia em tranças, uma de cada lado. que escorriam até altura do peito.
Era extremamente franzina e com aquela aparência frágil, paradoxalmente exibia firmeza e força invejável. Certa vez, o professor de redação, propôs que todos elaborassem um bilhete para o Papai Noel, mas sabendo antecipadamente que não seria possível ganhar presentes.
A maioria da turma ficara amoada, afinal, escrever um bilhete a quem não nos pode presentear? Mas, o professor propunha um desafio à criatividade e humildade. O bilhete da menina começara assim: "Querido Papai Noel.
Eu sei que as coisas estão bem difícieis. Por essa razão, eu lhe perdôo por não trazer a tão sonhada boneca e nem aquele vestido lindo de morrer... Nessa noite em que comemoramos o nascimento de Jesus, só quero um firme abraço e sorriso feliz por estarmos juntos.
Pois dias melhores virão, e aí, além de comemorar, nos lembraremos para sempre que na riqueza ou na pobreza jamais abandonamos nosso afeto mútuo. Feliz Natal! E. por favor, abandone essa roupa de veludo pois está um calor danado".