Não havia luz. A escuridão era profunda, nem o próprio nariz eu enxergava. NEM SOMBRA e nem sobras havia... Além da escuridão havia um silêncio tão duro que era possível cortá-lo à faca. Meus pensamentos sombrios reverberavam naqueles olhos ciganos que procuravam ver, ou adivinhar o impossível. Tratei de procurar um lugar mais iluminado. As ideias fugidias procuravam um canto para se alojarem. Diante das imagens externas e alheias, nossos próprios contornos não importavam tanto. Afinal no clã, caçamos pontos de identidade, coincidências, ângulos convexos e côncavos para nos irmanar numa competição surda e invisível. O mais belo vestido, o mais caro sapato, ou talvez, a mente mais sedutora e brilhante, capaz de fazer das verdades, meras versões e, de versões sórdidos boatos. Tudo era extremamente relativo. O certo ou o errado. O reto ou torto, todos eram muito similares na natureza errática da humanidade. Tama Savata. A besta que há em mim, saúda a besta que há em você. Apesar de sermos animais precisamos cultuar o espírito. E o espírito precisa de luz para enxergar o infinito e a necessidade de evolução.