Capitu é a personagem mais debatida e a mais famosa de Machado de Assis. Aliás, na obra "Dom Casmurro", o leitor fica atormentado pela dúvida se existiu ou não o adultério da mulher de Bento Santiago. O tema da culpa ou inocência da mulher é a fonte de todo tormento. E os vestígios não deixavam NEM SOMBRA. A propósito, em Direito Penal, não se pode condenar o acusado sem provas. Apesar de Capitu exibir sempre aqueles olhos de cigana oblíqua e dissimulada ou então, os olhos DE RESSACA que pareciam traduzir ou perfídia ou uma tristeza mórbida bem peculiar às mulheres do século XIX. Atualmente o crime de adultério antes capitulado no artigo 240 do Código Penal foi revogado em 2005, através da Lei 11.106. Já em Portugal o referido crime fora revogado em 1973. Machado de Assis construiu narrativa ambígua e o marido de Capitu era um ex-seminarista e advogado. O final veredicto do leitor se desenvolve na mesma medida que condena, pois afinal, Capitu era mais mulher do que era homem Bentinho. Lygia Fagundes Telles chegou a publicar artigo onde defendeu a culpa de capitu, mas em 2009 finalmente percebeu que era inocente. A obra machadiana já sofreu inúmeras adaptações tanto para cinema como para o teatro mas os detalhes laboriosos sobre a natureza humana e da sociedade daquela época, por vezes, escaparam aos adaptadores que mais fizeram uma caricatura do que uma síntese do romance realista.