O conflito é uma atividade permanente da humanidade. Assim desde o homem primitivo que se viu na necessidade de caçar e de pescar para suprir as necessidades de alimentação e sobrevivência e, ao mesmo tempo, prover as necessidades de sua família. O caráter bélico dos conflitos humanos advém de nossa origem animal. O homem traduz a realidade mais profunda e complexa de todo universo natural. E, por isso, ofeerece-se as mais diversas leituras e interpretações sobre o conflito.. É fato que vivemos em mundo dinamizado por conflitos que afligem a todos indiferentemente. Os elementos pertubadores da harmonia tais como a dor, angústia, a ansiedade, o sentimento de culpa, o stress, o medo, a ira, a inveja e a vaidade entre outros, são apenas os efeitos de uma causa comum primária e básica. Representada pelo extremo egoismo.
Heráclito, pré-socrático e alcunhado de "Pai da Dialética" notabilizou-se por ver no conflito entre os opostos o nascedouro da concórdia, da harmonia, afirmando ainda que os contrários ocupem perfeitamente o mesmo espaço simultaneamente, como o início e o fim de uma esfera. Polemos pater panton, o conflito é o pai de todas as coisas, em tal frase do pensador traduz essa conclusão.
A discussão, por mais polêmica e acalorada que seja, terá sempre como enfoque o respeito entre os oponentes. Lembrando-se que a dialética é quem melhor disciplina a tensão e o revezamento de opostos. Enfim, o real é sempre resultado da mudança, isto é, da oposição entre contrários. E, para Heráclito, a dialética pode ser exerior, um raciocínio de dentro para fora, e imanente ao objeto, quando se enfatiza a observação atenta do ser. Afinal, o Ser é uno e se encontra mergulhado em constantes mutações do contexto onde se desenvolve. A única coisa imutável no universo é a mudança. Caso entendamos isso, será mais acessível vencer os conflitos.