Talvez seja a sobrevivência. Talvez seja a história. Ou a conspiração da genética. Tudo muda o tempo todo, e numa velocidade estonteante. Quando desejamos nos acomodar, nos refestelar de algumas certezas. Vem o tempo e corrompe tudo. E a definição do que seja bom ou mau fica igual o mercúrio, que é metal mas é fluido. Talvez eu perca afetos, ou ganhe outros. Porém, se são novos realmente, ou se são apenas repaginados, uma reprise de sentimentos pretéritos embaralhados pelo caminho do destino. Como saber? Talvez à beira do abismo, quando olhamos bem para o fundo, ele nos olha de volta. E, demonstra que há mais abismos íntimos do que externos. Haverá roteiro seguro? A fórmula mágica e concreta?
Ou apenas tudo é uma variante inconstante de erros e acertos. Até que um dia, findo o kharma, precisamos evoluir para outras esferas. Desocupar espaços, palavras e silêncios. Talves tudo seja absurdamente repetido, mas a nossa desatenta atenção não vê... Simplesmente, somos todos cegos e surdos para uma imensa realidade da qual filtramos alguns reles átomos, e já pensamos que vimos absolutamente tudo. Ledo engano. Vivenciamos o século do talvez.