Tem dias que a gente está tão pobre, paupérrima... que a mínima atenção que nos seja devotada, já é um precioso momento. E, tem dias, que tudo que precisamos é silêncio, solidão e paz... e, seja na ordem que vier...
Pois há sempre barulho, algaravia, multidões trêbadas que tropeçam, encostam, zombeteiam... um pequeno inferno bem no seio da cidade, ao lado do ronco dos motores e da fumaça dos canos...
Tem dias que a gente se sente pobre, pois não consegue se afastar daquilo que incomoda e dói.. e nos faz se sentir menos humano e mais animal acuado, caçado e desvalido. Numa floresta devastada travestida de deserto e sem areia...
Tem dia que o brilho da areia inóspita parece um lindo cristal... no mar de ideias, de sentimentos esvoaçantes e de poesias quase prontas como a espuma do mar nos flagramos contemplativos. Querendo decifrar a natureza como se fosse realmente possível entender as teias soturnas da verdade.
Mas, se nos é dado apenas viver em ilusão... que fosse pelo menos pictórica, regada em cantos gregorianos e, embaladas por frases em latim.. do tipo alea jact est... e a sorte está lançada.