Ela procurava um tapete pois afinal o porcelanato no inverno poderia ser cruel com os felinos. E, os tapetes eram de modo em geral muito coloridos e estranhos. O inverno perto das cercanias marítimas contava com maior presença de ventos de que de baixas temperaturas.
E, as árvores se inclinavam quase que numa reverência nipônica e, o vento uivava como um lobo demente. Perdido da matilha faminto e com sede.  Ela apreciava mais o inverno do que ao verão. Afinal, nessa ocasião era possível sar um bom casaco e trajar-se com uma nesga de elegância.
No final do corredor achou um tapete verde escuro de certa cepa que aqueceriam os felinos domésticos.
Com certa dificuldade colocou o tapete já enrolado dentro do carrinho de compras. E começou a lhe empurrar com certa dificuldades em razão do peso. Tudo é muito pesado as vezes. Escolher, não escolher. Acolher ou rejeitar. Ficar ou partir. E a algaravia do entorno parecia um réquiem a cantar em coro a despedida doida.
João Gilberto partiu e será eterno. Lembro-me bem um trecho de uma música... a voz do pato era mesmo um desacato... Aliás, essa música é de um lirismo crítico incrível. Vai João, com Deus.