Vivemos numa ilha. Invisível e enigmática. Nossa família, nosso quarto, nossa cama, nossa consciência e comunidade. Há limites estreitos que nos apartam de tanta coisa em nosso redor. Abrimos a janela mas as vezes não conseguimos abrir o coração. E, ter sentimentos, arrependimentos ou uma reles emoção. Abrimos portas, atravessamos umbrais, mas por vezes, não compreendemos exatamente a evolução. As perdas e ganhos, a contabilidade esquisita que existe intrínseca no envelhecer diaramente e rumar para a morte. Quem me dera ter a mágica de abdicar dessa intangível ilha e, avançar sobre novos e desconhecidos territórios. E, ousar conhecer novos lugares, novos afetos, novas semânticas e buscar o significado real de todas as coisas, como se fosse nosso último desejo. Pois estamos condenados nessa ilha a uma solidão premente. Quero apenas realizar dois desejos principais: partir da ilha e voltar sempre que preciso... Pois as vezes precisamos de silêncio para nos encontrar. E, também precisamos de todo o infinito para se perder, e, voltar a se encontrar. Nesses encontros e desencontros que possam evoluir e aprender finalmente que o mundo é mesmo uma ilha.