Quando você vê a infância passou... subir na árvore, comer fruta no pé, brincar na lama, pescar baiacu...dar aulas de boas maneiras para os cachorro e gatos...e dormir exausta mas envolta de ingenuidade que aos poucos se dissipa...Quando você menos perceber.. lá vem a puberdade. Está decretada a guerra de hormônios versus neurônios...tudo é elevado a enésima potência...acreditamo-nos heróis e invencíveis...eis que a vida nos ensina que não é bem assim... De repente, com vento elísio vem a maturidade...a virtude está no meio-termo. Mas que diabos de equação difícil!. Eis que ponderamos. Hesitando. Titubeamos...a palavra foge dos fonemas e o silêncio da reflexão nos toma docilmente... Quando se vê.. Você tem cabelo branco..rugas e resmungos de quem acumulou nos ossos as experiências...os enigmas e as equações você tira de letra e, ri de sua outrora felicidade... de repente a perna incurta. Os ouvidos meio mocos se acostumam com parcas palavras...o coração como um tambor de guerra está roto...e aponta com parcimônia a vida em você... Você lê uma poesia. Recita. E, o lirismo acena cantando: "tudo é despedida...apesar de ficarmos eternos nos afetos que plantamos". Bandeira tinha razão: tudo passa, e eu passarinho.