O ódio é um sentimento construído tijolinho por tijolinho. Quando a gente percebe há enorme paredão divorciando
pessoas, entes e até santidades. Todo ser vivo tem em sua essência, a busca por sobrevivência.
É, verdade que nem toda e qualquer sobrevivência é digna. Ou continua digna a despeito de um contexto competitivo e selvagem.
Não há precedentes na história da humanidade que os ódios não tenham produzido tragédias, holocaustos e chacinas.
Depois da porta arrombada, lembram-se da tramela... Tarde demais. Ou como diz meu amado amigo Ramiro: too late, baby...
De que adianta prisões e caça as bruxas agora depois de um crime ambiente de proporções imensas? De que adianta bloquear recursos financeiros e não atender aos necessitados?
Há pessoas sem informações, e o pior, sem saber o que realmente aconteceu... Nem listas completas de desaparecidos ou empregados e terceirizados existem...
Há uma completa e insana ingerência... Não fosse a lama tóxica, heroicamente enfrentada pelos bombeiros, que tentam salvar corpos e vidas, eu acreditaria que estamos vivenciando o apocalipse.
A Agência de MIneração possui apenas um quinto do pessoal necessário, afirma o Tribunal de Contas da União.
E, ai, me pergunto, encafifada: Quem são os culpados?
Eu mesmo, respondo: Todos nós. Pecamos por omissão. Pecamos por eleger erroneamente.
Pecamos pela leniência de uma prosperidade a custa de danos ambientais irreparáveis e a custa de vidas humanas.
Todos nós somos responsáveis em maior ou em menor medida. Deveríamos investir mais em Educação Ambiental, deveríamos exigir melhores práticas e tecnologias na exploração de atividade minerária.
Deveríamos exigir securitização de todo o desenvolvimento de projetos relacionados com exploração de mineração. Deveríamos... só não o fizemos.
Agora, its too late! Mas, honremos em socorrer os vivos que são órfãos, viúvos, viúvas e todas as pessoas que perderam seus entes queridos e seus patrimônios diante de tamanha tragédia.
Precisamos não deixar cair no esquecimento. No vão dos desvalidos e tornar a sobrevivência humana cada vez menos digna.