Dizei-me qual poder tens hoje de maior valor? Qual pujança é mais voraz e certeira? Capaz de mudar a história, a genética e a trama sub-reptícia dos fatos. Fenômenos humanos trançados como crochê perfazendo mosaicos, figuras e, principalmente, semânticas cada vez mais complexas que fugidias da lógica que se abrigam na metafísica. Sentimentos, energias, tração e força dormitam em corpos e almas o tempo todo. Impregnam paredes, objetos, escritos e esculpem um cenário propício a informar tudo.
Tudo é tão óbvio que chega doer as vistas. Nossas retinas cansadas se recusam a simplesmente enxergar. Pois é mais fácil, imaginar, criar outros enredos ou até nobres justificativas vãs, mas que não são verdadeiras.
Dizei-me leitor(a), o poder que lhe é mais caro?
O que lhe afaga o âmago e lhe deixa confortável, na temperatura ideal, na pressão atmosférica perfeita e dentro das condições normais ou ideais de sobrevivência e elevação espiritual?
Será a música? Será o ballet? Será a poesia de Pessoa? Ou a nobreza do entes superiores e de espiritualidade impactante capaz de conduzir-nos para luz.
Para o afeto ou afeição ao próximo. Mesmo que o próximo seja um desconhecido. Mesmo que o próximo seja feio, sujo e lazarento.
Dizei-me com sinceridade, do que precisa? Do que anseia? E espera para o ano que vem, para o século seguinte ou mesmo para uma eternidade qualquer. Sem esperanças. Sem consequências. Onde tudo é causa.
E, por fim, eu lhe questiono: que causa você quer finalmente ser? Ou será que está apenas de passagem e como transeunte quer atravessar apenas a vida inteira sem qualquer sentido.