O equilibrista passava com o prato na mão, vestido de um manto que era agitado pela ventania. O amor deixado ao equilíbrio, o amar assim tão hábil, como o mover dos malabares, o percorrer de balizas e funambulismo sempre tão próprio do destino, quando se carrega numa mão o coração e noutra o pão... esse trágico momento que antecede o subir, o descer ou até o cair.
Despencar dos píncaros da imaginação e continuar amando, sorvendo afetos, deglutindo sensações e enredos.
Fazemos mil acrobacias para sobreviver, para transcender as dificuldades e, finalmente, sobreviver. Uma arte cada vez mais requintada e paradoxal. Somos mais que dualidades, somos, em verdade, múltiplos a equilibrar-se constantemente entre o corpo e a alma.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/10/2018