A teoria cíclica da história afirma que tudo que acontece hoje, já ocorreu, de alguma forma no passado. Há o chamado re-acontecimento e muitos temas voltam à baila, mesmo sem a intervenção do fato passado.
Em verdade, essa teoria joga por terra todos os esforços realizados para se alterar a realidade humana. Ao afirmar que as forças humanas mais relevantes acabam motivando outra ação humana que segue fatidicamente uma ciclicidade, reconhecemos as forças tais como religião/espiritualismo, a política, a ciência, a filosofia, curiosidade e a criatividade.
O ensino sobre a evolução é revelador sobre o poder que a ciência possui sobre a religião, desde que fora instaurado. Mas, em alguns lugares do mundo, crenças religiosas vêm ganhando o poder e, até superando a tentativa de superar o ciclio, arremessando as pessoas numa mar de medos e incertezas.
Hegel assim profetizou: "Um acontecimento histórico acontece, não uma, mas duas vezes" Afinal existem pessoas que buscam encontrar padrões na realidade onde se inserem, seja nas ações que moldam a pessoa ou em suas reações psicológicas aos acontecimentos, como também em outros campos de saber, como o da Exatas, onde se percebe as diferentes fórmulas físico-químicas que usam um racioncínio matemático e linear.
Dentro da História, o mesmo pensamento também ocorre. A trajetória humana está mesmo fadada a repetições que sempre surgem e já foram defendidas por personalidades como Marx quando afirmou que "um acontecimento ocorre uma vez como tragédia e a outra como farsa". Como já tivemos a tragédia, por exclusão, só no resta a farsa...
E, nesses últimos acontecimentos que permeam o contemporâneo, pode-se afirmar que os processos revolucionários, não se lastreiam em modelos anteriores, de sorte que sempre há uma nova figura para pautar-se ou recomeçar ciclios e fases da evolução humana.
A roda do tempo segundo o escritor Robert Jordan funciona em ver o futuro pautado na remomeração de fatos que já ocorreram no passado, mas ganham nova denominação e roupagem, mas em essência, é apenas mera reprise.
Essa tristeza que sinto no momento brasileiro é que muitas coisas, muitos discursos e valores são novamente agitados. Temos uma democracia recente.
Uma Constituição também recente, pois tem apenas três décadas que não foram suficientes nem para sua total efetivação. Então, voltamos ao ponto de partida. Para qual lado andar? O que escolher?
Será que vale a pena escolher? Ou se deixar ir tal qual plancton para boca de alguma baleia. Só espero que no saldo final, tenhamos ainda direito a alguma dignidade humana.