Um país internado no caos. Há crise financeira, crise econômica, crise política, crise moral e, principalmente, humana.
Não logramos êxito em ser um Estado Democrático de Direito, possuímos uma estranha vocação ao ditatorial, ao autoritarismo e, mais, ao uso da força para resolver problemas que, em verdade, não são solucionáveis apenas com fuzil, prisão e mortes.
Estados que não honram nem a folha de pagamento de seus servidores, sejam ativos ou inativos. E, ainda, há desesperança, pois, muito dos presidenciáveis apresentam um vistoso rol de processos e acusações que ainda não foram julgadas e, a imunidade parlamentar só vem agravar todo esse quadro.
Falência estatal que nem sequer é punida com improbidade administrativa.
Gestores equivocados que não sabem administrar e vivem de demagogia e de aparições midiáticas como se fossem o messias.
Muitos jovens só sonham em poder emigrar para os chamados países desenvolvidos. Como se vivessem em um covil fétido, incivilizado e irremediavelmente decadente, só a esperar a própria extinção.
Aliado ao caos e a desesperança ainda há a tristeza profunda de não termos uma educação de qualidade, de não termos serviços ligados à saúde e, mesmo a assistência previdenciária que sejam minimamente funcionais e que acolham os que mais precisam.
Vivenciamos o abandono. Em que votamos, não nos representa. Em que acreditamos, nos traem e, publicamente lançam vitupérios contra garantias fundamentais, tais como o décimo-terceiro, o auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez e tantas outras.
Na segurança pública contamos com uma polícia sucateada, despreparada, desequipada e, aí, como se fosse a panaceia para todos os males, sofremos a Intervenção Federal para agremiar a ajuda das Forças Armadas.
Como é sabido, as Forças Armadas conforme conceituadas no artigo 142 da CF/1988, indicam as instituições nacionais permanentes e regulares, constituídas pelo Exército, pela Aeronáutica e pela Marinha e, organizadas com base na hierarquia e na disciplina e destinadas à garantia de poderes constitucionais, da lei e da ordem.
Qual lei e onde está a ordem? Na flâmula da bandeira?
Estamos em guerra. Silenciosa, cruel e fatídica. Todos os dias morrem policiais, alunos, professores, merendeiras, transeuntes ou simplesmente desconhecidos pelo simples fato de ir a rua, ou mesmo, estando em suas casas que são situadas nos morros, nas favelas ou nos muquiços... são alvejados pela bala certeira da impunidade e do crime, não falta somente conforto, falta respeito à dignidade humana. E, não há apenas estes cidadãos que morrem por acaso ou descaso, infelizmente, há tantos outros...
Falta sanidade mental que nos afeta a capacidade de conhecer, aprender, reagir e, principalmente, refletir criticamente.
Sei o quão miseráveis somos, mas, por favor, não vendam o voto, não troquem o voto, não negociem esse direito, pois este ,ainda é, uma via possível para emergir da lama e recomeçar.
Encarnemos a fênix que não apenas sabe renascer das cinzas, mas são capazes de carregar cargas muito pessoas enquanto voa e, contam as lendas que chega até carregar elefantes.