Sempre fomos múltiplas, exercemos inúmeros papéis a favor do desenvolvimento humano, somos mães, irmãs, esposas, companheiras, colegas, amigas, educadoras, médicas e, tantas outras profissões importantes. A efetiva e maior participação feminina acarreta no contexto sociopolítico a maior solidariedade e fraternidade, tão prometidas desde da
Revolução Francesa. Há somente oitenta e três anos conquistamos o direito ao voto no Brasil. A revolução sexual ocorrida a partir dos anos ssessenta permitiu-nos uma progressiva inserção no mercado de trabalho. Mas, ainda os salários não são iguais entre homens e mulheres, mesmo diante da mesma função. Somos mais da metade da população brasileira, mas não temos a correspondente e proporcional representação na política brasileira. Nós encarnamos a luta da humanidade, contra preconceitos, contra injustiças, contra violência e, principalmente, contra o autoritarismo e misoginia. Nosso trabalho seja no âmbito doméstico e/ou profissional é de enorme relevância e está eivado de razão e sensibilidade. Precisamos de mudanças estruturais para estabelecer políticas afirmativas que garantam o respeito a dignidade humana e uma fina sintonia mais adequada entre o discurso e a prática. Eduquem os meninos para respeitarem as meninas, para exercer o afeto e atenção com todos a despeito de gênero, religião, etnia ou condição social. A semente da justiça começa de casa, no cotidiano doméstico, nas primeiras horas do dia e vão até o entardecer da vida. Não gosto da expressão "empoderamento", pois somente o poder não basta, o que se exige é a construção do diálogo e a pavimentação constante da consciência de que todos nós somos seres humanos e somos dignos de respeito e homenagem.