Essa alma pesada
a pesar ainda mais
sobre meu corpo
já com as marcas do tempo.
A alma que olha o sol,
atravessa os raios e
sangra ao entardecer
Vejo menos do que deveria
Meus ouvidos se ocupam
de silêncios semânticos
Meus passos se apressam por
caminhos intrincados
Repleto de abismos, ribanceiras,
zig-zags e,pior, em ruas
sem saída.
O que posso fazer?
A alma a espreitar o inverno.
O vento a espreitar o pássaro.
As nuvens a espreitar os mortais.
Minha mente a devorar tudo.
Como uma processadora voraz
A misturar violino e viola.
Piano com flauta.
E, esparrmar mel sobre
as agruras cotidianas.
Palavras e fonemas já não bastam.
Preciso de semântica e semiótica.
Precisa da gramática quântica.
de prótons, elétrons e íons.
O átomo apenas me divide.
E dilacera.
A genética me escraviza.
E, a história é a chibata
implacável de Chronos.
Tudo deixa marca.
Cicatrizes
Matizes.
Vertigens.
Lágrimas.
Alumbramentos me açodam
E,num só segundo
a sintese magica
de lucidez e frieza.
ergue-se vertical
em meu espírito.
Conto as horas.
Acerto relógios.
Observo cronômetros.
Tudo passa irremediavelmente.
Exceto a poesia.
Fica aqui prostrada
a me devorar lentamente,
e me transformar em
mensageira
Portadora de
cartas solenes
para mentes abertas.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 12/09/2018