Destino sentido nos ossos.
Na genética.
Sob a trama diabólica
da história.
Sob o manto da geografia.
Embolia.
Fauna e floras locais.
Agreste.
Seca.
Abalos sísmicos e mentais.
Tudo é sui generis.
Tudo é híbrido.
A mistura da mistura
de mistérios e obviedades.
Seduções.
Afetos.
Defeitos e deslizes.
Patinam sem graça.
Pigarro.
Voz embargada.
Pernas trêmulas.
Sensação da morte rondando.
Círculos mentais e imaginários
fracionados pelo tempo.
Envelhecimento.
Decadência.
Túmulo.
Na lápide:
a última mensagem grafada.
Na garganta:
a última palavra
engatada.
Maldita
Não dita
Poesia.
Tudo é poético
mesmo sem ter
a menor
razão de ser.
Somos humanamente poéticos.
E, poeticamente humanos.
Anagramas desengonçados
à procura de semântica.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 19/08/2018
Alterado em 15/08/2019