Há, obras que nos ajudam a entender a tragédia que se abateu e, ainda, se abate sobre a humanidade. “Os Demônios” de Dostoiévski que teve como premissa uma tragédia verídica que foi o assassinato do estudante Ivanov por um grupo de niilistas liderados por Nietcháiev, em 1869. Outra obra é "Os miseráveis" de Victor Hugo que chamou a atenção por seu teor crítico ácido e, seus protagonistas eram um presidiário, uma prostituta e uma criança explorada por adultos, o que serviu para ser um escândalo, na época de romances açucarados e enaltecedores da burguesia.
“Vidas Secas” de autoria de Graciliano Ramos foi a mais relevante obra do realismo brasileiro e, o impressionante que sua crítica continua sendo atual e profética. Outro texto genial é o “Evangelho segundo Jesus Cristo”, de José Saramago que explora um curioso viés, como seria a narração de Cristo de sua trajetória, caso lhe fosse dada essa oportunidade? O texto de Saramago é essencial para entendermos a guerra entre laicos e fundamentalistas no mundo. Na minha definição de miserável, vejo aquele que perdeu a fé na humanidade, no próximo, no futuro e, até, em si mesmo. Perambula sobre o mundo absorto, absurdo e inútil e tudo que tem são as próprias lamúrias e feridas. E, todas incuráveis.