Existem milhões de ações, hábitos e condutas em que somos tão pessoais e tão particulares que ouso afirmar que lançamos um modus proprius quase único de fazer cada coisa.
Assim, cada ser humano é ao mesmo tempo igual e diferente, em muitas nuances, desde as mais íntimas como as mais externas, como preferências estéticas, éticas e quiçá geográficas.
"Caetanear o que há de bom" significa compor como o compositor e cantor Caetano Veloso que sempre se traduziu em letras inteligentes e irreverentes em épocas nebulosas em que a censura e a ditadura eram atentas e discriminatórias.
A metáfora que une o imaginário e o real e depõe sobre a realidade ora como sina, ora como algo que pode ser construído e lapidado pelo aperfeiçoamento pessoal e íntimo. Mas "caetanear" pode adquirir outras definições que não são restritivas, pois popularizou a música e imprimiu na cultura brasileira uma inquietude sempre sagaz e produtiva. "Caetanear" significa intelectualmente expressar-se com graça e irreverência num certo enfoque marxista e antropológico. Eu, por minha parte, vou apenas "giselear", vou ser, enfim, eu mesma, sem bossa e sem ineditismo, mas tentando fazer sentido e, até, pasmem, desejando ser engraçada. Vou "giselear" o que há de ruim... pois o bom nem precisa.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 01/08/2018
Alterado em 15/08/2018