Então a coisa me olhou por dentro. O abismo adentrou em meus olhos e encontrou, lá no canto, minhas lágrimas esquecidas. A água que apagou a fúria incandescente.
As paredes se entreolharam e perguntavam em silêncio de mantra, para onde posso ir. E, meu espírito inquieto se batendo ao vento, pelas tempestades a fora. Entre raios e trovões, entre gritos e grunhidos. Coisas nos olham, nos miram e nos entristecem por nos trazer à lembrança, algo que latente ainda existe.
Um pedaço de palavra, um som de fonema e um registro no quadro branco, que foi negro. A palidez das faces. Os olhos entristecidos em ver a reticência derramada no chão.
Em ver o lirismo escurraçado pela razão prática. E, o tempo inexorável a passar pelas coisas, pela pele e pela alma... Ampulheta da sala me vigia em sua areia que é movediça e escorre até o fim.
E, aí, temos a impressão ilusória que o tempo parou. Que as coisas se eternizaram, mas a morte nos ronda em vigília atenta. Precisa-se morrer um pouco para que novas vidas venham a ter lugar.
Na ciranda da vida e do mundo os ciclos se revezam continuamente e, nos olham por dentro. Até que a substância enfim padeça.