Todo texto quer dar uma explicação. Assistimos cenas cotidianas, afetos mundanos, gestos humanos e banais, raríssimas expressões de solidariedade e compaixão. Todo texto quer dar uma justificativa. Quer amainar nossa culpa e em descobrindo a causa, vertiginosamente, proceder sua cura sanatória... Mas, nem todas as causas são curáveis..
Há aquelas incriptadas no DNA, nas paredes das células humanas mais profundas de onde nascem os instintos que irriga a alma e perturba o espírito.
Esse texto não foge à essa sina. Esse desejo imenso de justificar. A chacina, a lágrima, o gesto bom e humano. O sorriso enigmático e a palavra malsã dita aos berros no momento da tragédia.
Tudo que pretendo justificar é a mais evidente natureza humana. Que erra, que perdoa e erra novamente. E procura com sofreguidão a saída... a honra salva pelo gongo. O momento de paz mesmo depois das tempestades e dificuldades que se renovam no horizonte.
Todo texto, dita, ordena, organiza e sistematiza ideias, sentimentos, fatos e ocorrências fictícias ou reais. E, o diabo, é que nem sempre a ficção é mesmo apenas imaginada... Dores, rejeição, ciúmes, abandono e falta de afeto promovem chagas incuráveis.
Promovem tragédias imensuráveis que vão além de vítimas, famílias e amigos.. Que transcendem nos acena com o possível extermínio de nossa humanidade. Morremos juntos com cada vítima. Padecemos juntos a cada saudade sentida, a cada pedaço enterrado sem seja uma
semente e sem que haja esperança.
Esse texto busca essa esperança... construir algo de bom, algo que dê frutos e que permitam acreditar no aperfeiçoamento, na aprendizagem e, por fim, conhecer melhor as causas e responder adequadamente às consequências e, seguir, como linhas escritas. Como poesias sem rimas, ou crônicas sem a menor razão de ser.
Escrevam e incentivem as pessoas a ter esperanças, a acreditar no próximo e na solidariedade. Pois no tabuleiro do jogo, não somos peças, somos os
sujeitos,ou seja, os jogadores.