Você me pergunta
coisas que não sei
como responder.
Caço as palavras
com o arco da promessa
e a flecha do olhar.
Pesco as palavras
como isca coloco
alguma semântica,
algum símbolo suculento
a atrair sentidos e
sentimento.
Eu luto com as palavras
todos os dias.
As vezes elas ganham.
As vezes eu ganho.
Mas é tão solitário vencer...
E ficar em silêncio
Com a exatidão das
equações.
Das ebulições
capazes de vaporizar
esse lirismo
Expectante.
Expectorante.
Excitante.
Você me pergunta
novos enigmas
cunhados na dor e
na agonia.
E, eu procurando respostas
Se é que existem
as vezes um enigma pertence a outro.
Porque o mundo
é um mar de enigmas
no qual afundamos
todos os dias.
O que realmente boia
é só a ignorância,
a vaidade e
a poética inscrustada
na espuma das ondas.
Nos suspiros da juventude
E na brincadeira de crianças
riscada na chão...
a separar o ceú e o inferno.
a divorciar o dia da noite
Caço a palavra
com o canhão da memória.
De súbito, me recordo
da melhor resposta.
Mas, somente percebo
que o melhor é mesmo
perguntar, perguntar
e duvidar de tudo e
de todos
até que a certeza final
nos apanhe na rede do tempo.