Tudo é caminho.
Um passo.
Um corpo
Uma luz e uma sombra
Na gangorra bipolar.
Paradoxos bailam ao luar
Sugam semânticas românticas
e mesclam com a lama.
Tudo é tão caminho
O vento a desenhar montanhas
A escovar as copas das árvores
E a trazer o pólen
para germinar
e consagrar a vida.
Primaveras conhecem flores
E as flores conhecem corpos
que guardam o perfume
das memórias
perdidas pelo caminho.
Há arrependimentos.
Há tristezas.
Há uma fonte inesgotável de
sensações e lembranças
O flash do momento
O sentimento a tocar a alma.
Tudo é caminho.
O tropeço.
O silêncio.
E, a súbita despedida.
Nunca mais voltamos a nos ver.
Meus olhos não mais miram
Meus passos não mais
cruzaram seus caminhos.
As esquinas são sustenidos
doloridos
a tocar agudos
como se fossem gritos
sufocados pela arte de
sobreviver.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/02/2018
Alterado em 22/02/2018