Precisa-se urgentemente de paz.
Paz de espírito.
Paz de silêncio profundo.
De rezas, preces e mantras.
Paz de bandeiras brancas
De olhares cãndidos.
De mãos em afago.
E, a certeza de que a guerra acabou.
No combate.
Se somos vencedores.
Se somos vencidos.
Só o sabemos intimamente.
Por vezes os heróis são vencidos.
Por vezes os vilões são vencedores.
Mas o cenário não é bipolar.
Não há somente heróis e vilões.
Há os indiferentes.
Há os que fazem parte do cenário em
retidão à arquitetura.
Há a ética.
Há a etiqueta.
Há o microcosmos
repleto de miudezas enormes
e de universos intensos.
Um mosquito mata.
Um tiro mata.
Uma palavra mata.
A poesia mata.
A solidão intensa
de não compreender o momento.
Precisamos urgentemnte
de paz.
Para morrer em paz.
Para deixar as angústias.
As ansiedades.
Pois o tempo existirá depois,
bem depois do apocalipse.
Precisa-se de paz.
Enquanto isso,
em meio a guerra.
um soldado saca o lápis
no bloquinho e faz uma
carta para sua mãe.
O soldado anônimo.
A mãe anônima.
E, o sentimento universal
e humano de filhos e pais.
De afetos devastados
Separados e divorciados
Da lógica do amor.
Precisa-se.
A paz é passageira.
O conflito é eterno.
E, entre uma e outro
são costurados momentos
da história.