Etéreo.
Éter.
Elevado ao píncaro espiritual
de leveza cândida
quase divina.
És a quinta-essência
Esse abstrato hipotético que
habita meus pensamentos.
Que me tortura
e me atrai
como um imã.
Lá vem o etésio
a soprar-me o verão.
Traz o cheiro d'áfrica.
E a jogar-me em sua teia.
Das tribos e dos atabaques
E as lendas dos orixás
que explicam sentimentos humanos,
mistérios da natureza
e sobre
umbrais vencidos,
ultrapassados
e tatuados na história
da humanidade.
Na etiologia de todos
uma origem em comum,
crenças comuns,
conflitos banais
decorrentes da fome,
da falta de afeto,
da luta por sobrevivência.
Da existência a procura
de alguma essência.
Somos de todas etnias,
de cores diferentes,
de línguas diferentes,
de dialetos diversos,
culturas diversas
que se entrecruzam.
E na encruzilhada,
novamente,
o que há em comum...
as dores,
as flores
e os sentimentos.
Palavras.
Rituais
Convencimentos.
Se não se igualam em vida,
se equiparam na morte.
Sob a mesma lápide fria,
a indicar em letras
o nome, a família
e a fatídica data.
Unidos pelo acaso
Unidos pelo destino
Pelos devaneios
Pelos ventos alísios
A escovar os morros,
A espalhar folhas
e dispersar a natureza
que vive latente entre nós.
A esperança que respira o
etéreo.