Não há caminhos firmes
Não há estradas sem curvas e abismos
Não há silêncios sem significado.
Em delírios onírios
construímos sonhos, devaneios
e concretizamos desejos íntimos.
Segredos do inconsciente.
Não há caminhos sem o coração
Sem a fé.
Sem a força que impulsiona o caminhar.
A cada pegada deixada para atrás
há uma história.
Há razões e desrazões.
Mais do que justificativas
evidenciamos a teia em nossa volta
A esquadrinhar momentos, a delimitar feições,
dores e sentidos.
A desenhar paradoxos e a deslindar enigmas.
Em segundos, a mente transporta-se
ao infinito.
Em segundos, nossa fé conquista
corpos e céus.
Onde nuvens, anjos, santos e entidades
residem e zelam por nossas almas.
Em prece, as palavras,
os mantras e os vaticínios
profetizam sobre a natureza humana.
A doce e cruel natureza.
Que mata sem fome.
E a que fome mata sem nome.
Quantos martírios,
quantas chacinas,
quantas barbáries
ocorreram imperceptíveis?
Por entre as sombras.
Por entre dúvidas.
E, principalmente, perante
a indiferença.
Não há caminhos firmes.
Há apenas a firmeza tênue
da natureza humana.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/10/2017
Alterado em 30/10/2017