Metade do ano.
Metade do infinito.
Metade de esperança.
Meio baú.
Meia concha.
Meia Lua.
Meia maluca.
Metade do ano.
Anos passam por meios inteiros.
Gemem as portas.
Agonias comparecem pontualmente.
Dores pontuam a sintaxe do corpo.
Poesias corrompem a ortografia.
E os escritos escorrem
pelos dedos,
pela pele ou
suor.
Solidificam em cadernos,
em papéis amarelados,
em recordações coladas em álbuns
Meio século.
Meia alma.
Meia palavra.
Sentimentos fragmentados
Com fractais.
Luzes interceptam pensamentos.
Pensamentos cruzam esquinas
enigmáticas e semânticas.
A direção sem vetor.
Embarcação sem vento.
E metade de tudo
Um milímetro a mais.
E temos quase tudo.
Sempre a sensação
de inacabada.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 25/07/2017