As palavras se apagaram da mente.
Os escritos se borraram no papel.
A visão ficou turva.
Então em perfeito silêncio
Meditei sobre as algas,
sobre os parasitas e
os átomos
Que buliçosos estavam
a flutuar na imaginação diária
de menina.
Vestir saia.
Vestir blusa.
Amarrar os sapatos...
Pentear cabelo
Ritual
Embrião.
Botão de flor.
Raízes
Segredos submersos
Em terra,
Em nuvem,
Em almas
Que corroem silêncios.
Que corrompem.
Que compram sentimentos.
No mercado persa
O afeto é uma pérola.
O romance é um brilhante.
E, a imaginação uma jóia
inestimável.
Trocamos de peles.
Trocamos de dentes.
Trocamos de roupas.
Mas, não de kharmas.
Mil vidas,
MIl verdades.
Mil versões.
As mil e uma noites
de sóis negros e poentes.
A bailarina em cena
Aporta no espaço.
Pousa suave no chão
Feito pluma humana.
Etérea e humana.
Músculos musicais
Acariciam os ossos.
E a leveza.
Expande-se além do corpo.
Além das vestes.
E, no incêndio particular
de velhas convicções.
Rangem-se dores pungentes.
Palavras se apagam.
Escritos se traem
E a digitação é a ditadura
ortodoxa da tortura.
Diétetica.
Implacável e ortodoxa.
Escrever é inspiração
Digitar é gourmet.
E a materializar sonhos
Com areia, tijolos e cimento.
A areia conspira.
Os tijolos erigem.
E o cimento reúne
tudo numa unção
escultural.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 18/07/2017