As cores desbotaram
O amarelo se espalhou em meu cabelo
O vermelho manchou-me a camisa
E o azul, etéreo como sempre
ficou suspenso no ar
E flutuava entre as nuvens
E pairava sobre as dúvidas
e as dádivas.
Na luz, havia o branco...
E, nas trevas. havia o preto.
Há um silêncio duro no escuro.
Que se pode cortar com navalhas
Navalhas preciosas da consciência
Fragmentava-se a cor em outras cores.
O verde, nascido do amarelo e azul.
O lilás, nascido do vermelho e azul.
No fundo, há muito azul em tudo.
Há muito céu em tudo.
Com as tempestades.
Ventanias.
Com entardecer pungente
A se despedir da aurora.
As cores desbotaram...
Havia o cinza a plasmar
o caminho.
A trigonometricamente
posicionar as pedras.
Havia uma álgebra misteriosa.
Cheia de incógnitas
que se revelam com o tempo
E, o tempo que
se esconde nas incógnitas
Eu conheci as cores na primavera.
Mas elas já existiam
no inverno passado.
Elas já queimavam no verão.
Tórridas percorrendo corpos.
Sensações e lembranças.
As cores desbotaram
Pois você foi embora.
Mas, não quero a vivacidade
de volta.
Pois a vida reciclada,
ainda está viva.
Tinjindo os momentos.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 18/06/2017