Sou diferente de você.
Sou diferente de mim mesma
Do que fui ontem.
E, hoje sou algo que na dinâmica do tempo,
é presente e gerúndio...
É finito infinitamente.
Tem em si o ser, o ter e o estar
Simultaneamente e superposicionados...
E, permanece flanando por cima
De nuvens e ponderações.
Sou diferente.
Sou outsider.
Sofro de despertencimento.
Tenho o dom de me afastar
E girar-me sobre o próprio eixo.
E ver situações por diferentes ângulos
Por diferentes olhos e sentimentos.
Nada é tão simples e retilíneo.
Nada é tão óbvio e cartesiano
Nada é tão lógico
Pois há paradoxos nas veias.
Nas encruzilhadas das ruas.
Nas montanhas que não tocam o céu.
Nas nuvens que não tocam os aviões.
Nos raios de sol que não tocam a pele.
Na minha mão que não toca a sua.
O chão é inverossímil.
O céu nem é azul e está intangível.
A molécula é invisível
E, assim mesmo existe.
Deuses, anjos e demônios também existem.
Rituais são poesias de gestos...
De símbolos.
Um ballet de significados.
A poesia é uma oração
Dirigida à eternidade...
Dirigida à misericórdia
E à generosidade de afetos
Que se formam e se diluem...
A transdiferenciação
Ocorre, discorre e atravessa...
A meiose em divisão divina.
A metáfora na expressão semântica.
A overdose de significante
Inunda de fonemas e escritos
Um mar de placas e protestos.
Onde o lirismo é toque de arte.
O lirismo é o toque humano na
natureza.
É o sentido mutatis mutantis...
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 17/05/2017