Acordo.
Tomo café...
Preto. quente e contido.
Visto-me com a mesma coragem
de desnudar-se.
Acordar é sem difícil.
Vou para rua atravesso
o silêncio, e
entro em algaravias.
Eis que encontro a poesia.
Tropeçante.
Galopante.
Como um corisco brilhante.
O invisível perpassando olhares
e suspiros.
Definindo ventos
e direcionando chuvas.
A poesia onipresente
Sem crenças.
Sem ideologias.
Sem cartilhas.
Simplesmente a poesia.
Eis que encontro a poesia
sentada lendo a si mesma.
Discutindo sobriamente com as rimas.
Acariciando o lirismo.
Publicamente.
Sem pudor e nem afeto.
A poesia se entrelaça
Nos artigos da lei.
Brinca de gangorra com os parágrafos.
Uns riem dos outros.
Outros tripudiam, simplesmente.
Há parágrafos inteiros inúteis.
Há frases inteiras
lacônicas e bizarras.
E, pior é a poesia encarnada
em nossa pele.
Queimando no sol.
Envelhecendo,
domesticando as vaidades.
equacionando paradoxos.
Sendo a transversal e a paralela.
Sendo a premissa e a síntese.
Sendo dialética.
Sendo retórica e demagogia.
Sendo o boomerangue.
A voltar sempre.
A troçar sempre.
De nossa condição finita
na pretensão de descrever o infinito.
A poesia ama a poesia.
A poesia ama o lirismo
A poesia ama a rima
E, os desama tão naturalmente
que em a prosa se arvora
ser poética.
Mas, sem a métrica ou a sintaxe.
É apenas a pseudoteoria
de amanhecer qualquer.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 24/03/2017