Amores ausentes.
Portas trancadas
Silêncio e depois alguns passos.
Cambaleante está o lirismo
na escada
Não sabe se sobe,
ou se desce.
Fica admirando o mundo sob outro prisma.
Conhece cores e matizes inatingíveis.
Ouve sopranos dramáticas
a musicar a dor humana
de simplesmente existir.
Amores carentes
Amores frequentes
Amores contundentes
Lascas de alma por toda a sala.
E o conforto inconveniente
de se sentir menos humano
e mais inseto.
Ou talvez mais paisagem do que
contexto.
Todas as frutas
conhecem a primavera,
conhecem o outrono.
E, a fome conhece o inverno.
A eternidade conhece o limite.
E, as lágrimas conhecem a dor..
Conhecimento é motivo de tudo.
É o fim de tudo.
E o amor, é a pedra no meio do caminho.
Ou o caminho no meio da pedra.
Ou o meio de caminhos e pedras.
Não posso relutar.
Não posso desistir.
Minhas mãos obreiras
falam de arte.
Tocam em arte.
E transformam.
E vivas fazem
arte morta.
A arte da transformação.
Subreptícia.
Intrínseca.
Intensa e contínua.
Ao cessar,
inscrevemos nossa lápide.
Amores indecentes.
Amores incandescentes
Cinzas emocionais.
Phênix espirituais
Voam baixo na tentativa
de aterrizar.
Os amores
que ainda não nasceram.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 24/03/2017
Alterado em 12/03/2018